Na Missa desta manhã, Papa convidou fiéis a se abrirem à transformação trazida por Jesus
Da Redação, com Rádio Vaticano
Deixar-se transformar por Jesus, permitindo que Ele liberte dos pecados, disse o Papa Francisco na Missa desta segunda-feira,5, na capela da Casa Santa Marta. Em sua homilia, o Pontífice comentou a primeira leitura, que fala da renovação, de como tudo será transformado para melhor, pois era isso que o povo de Israel esperava do Messias.
Ao falar do Evangelho do dia, o Papa observou que Jesus curava e mostrava um caminho de mudança para as pessoas e, por isso, elas o seguiam. Não o seguiam porque estava na moda, mas porque a sua mensagem chegava ao coração. O povo via que Jesus curava e o seguia também por isso.
“Mas o que Jesus fazia não era somente uma mudança da feiura à beleza, do ruim ao bom: Jesus fez uma transformação. Não é um problema de fazer bonito, não é problema de maquiagem, de magia: transformou tudo a partir de dentro! Transformou com uma recriação: Deus tinha criado o mundo; o homem caiu no pecado; chega Jesus para recriar o mundo. E esta é a mensagem; a mensagem do Evangelho, que se vê claramente: antes de curar aquele homem, Jesus perdoa os seus pecados. Vai ali, à recriação, recria aquele homem de pecador a homem justo: o recria como justo. O faz de novo, totalmente novo. E isso escandaliza: isso escandaliza!”
Por isso, afirmou o Papa, os Doutores da Lei começaram a discutir, a murmurar, porque não podiam aceitar a sua autoridade. Jesus, disse, é capaz de fazer dos homens – pecadores – pessoas novas. É algo que Madalena intuiu, ela que era saudável, mas tinha uma chaga dentro: era uma pecadora. Intuiu, portanto, que aquele homem podia curar não o corpo, mas a chaga da alma. Podia recriá-la e para isso precisava de tanta fé.
“Que o Senhor nos ajude a nos preparar para o Natal com grande fé, porque precisa de muita fé para a cura da alma, para a cura existencial, para a recriação que Jesus nos traz. Ser transformados é a graça da saúde que Jesus traz. E precisa vencer a tentação de dizer ‘eu não consigo’, mas, ao invés, se deixar ‘transformar’, ‘recriar’ por Jesus”.
O Santo Padre lembrou que todos são pecadores, mas é preciso que cada um olhe para a raiz do seu pecado para que Deus possa recriar essa pessoa. “Mas se nós dizemos ‘sim, sim, tenho pecados; vou, me confesso… duas palavrinhas e depois continuo assim…’, não me deixo recriar pelo Senhor. Somente duas pinceladas de verniz e acreditamos que com isso encerro o caso! Não! Os meus pecados, com nome e sobrenome: eu fiz isso, isso, isso e me vergonho dentro do coração! E abro o coração: ‘Senhor, o único que tenho. Recria-me! Recria-me!’ E assim teremos a coragem de ir com fé verdadeira – como pedimos – em direção ao Natal”.
O Papa acrescentou que sempre se tenta esconder a gravidade dos pecados. Um exemplo é quando não se dá importância à inveja sendo que esta é algo terrível, é como veneno de serpente que tenta destruir o outro. Francisco encorajou então a olhar a fundo para os pecados e depois entregá-los ao Senhor, para que Ele os cancele e ajude a seguir adiante com fé. E destacou este trecho, contando uma anedota de um Santo, “estudioso da Bíblia”, que tinha um caráter muito forte, com momentos de ira e que pedia perdão ao Senhor, fazendo muitas renúncias e penitências.
“O Santo, falando com o Senhor, dizia: ‘Está feliz, Senhor?’ – ‘Não!’ – ‘Mas dei tudo!’ – ‘Não, falta alguma coisa…’. E este pobre homem fazia outra penitência, outra oração, outra vigília: ‘Dei-lhe isto Senhor. Está bom assim?’ – ‘Não! Falta alguma coisa…’ – ‘Mas o que falta, Senhor?’ – ‘Faltam os seus pecados! Dê-me os seus pecados!’. Isso é o que o Senhor pede a nós hoje: ‘Coragem! Dê-me os seus pecados e eu farei de você um novo homem e uma nova mulher’. Que o Senhor nos dê fé para acreditar nisto”.