A Sala de Imprensa da Santa Sé forneceu atualização sobre o estado de saúde do Papa Francisco após sua hospitalização por conta de uma bronquite severa
Da redação, com Vatican News
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O Santo Padre teve uma noite tranquila, informou o boletim médico da Santa Sé / Foto: Vincenzo Livieri – Reuters
O diretor da Sala de Imprensa Vaticana, Matteo Bruni, atualizou as informações sobre o estado de saúde do Pontífice, que foi internado no hospital romano para tratamento de uma infecção das vias respiratórias. Francisco não rezou o Angelus, seguindo a indicação da equipe médica de “repouso absoluto”. Mas uma multidão de fiéis se reuniu do lado de fora do hospital na esperança de uma surpresa e para rezar pela “boa recuperação” do Papa: “Queremos que ele assome à janela, mas de sua janela”.
O Papa dormiu bem, “uma boa noite de sono”, tomou o café da manhã e leu os jornais, como de costume, e continua sua terapia. Essas são as atualizações que o porta-voz vaticano, Matteo Bruni, ofereceu aos jornalistas presentes na Sala de Imprensa da Santa Sé sobre a condição do Papa, que está internado desde a última sexta-feira no Hospital Policlínico Gemelli para tratar uma infecção das vias respiratórias. Já no sábado, uma nota oficial da Sala de Imprensa informava sobre a melhora do estado geral de saúde de Francisco, que não apresentou nenhum episódio febril, e de alguns valores atestados por exames laboratoriais. Este domingo, Bruni, encontrando os repórteres – alguns dos quais se queixaram da difusão de fake news sobre a saúde do Papa, por parte de jornais que nem sequer têm correspondentes em Roma ou vaticanistas – confirmou o que já havia sido dito no sábado, acrescentando o detalhe de uma manhã de “rotina” para o Pontífice, que, no entanto, como anunciado no sábado, não conduziu a oração do Angelus dominical “para facilitar a recuperação” e seguir as prescrições da equipe médica de “repouso absoluto”.
Fiéis reunidos no Gemelli ao meio-dia
No Gemelli, porém, antes do meio-dia, hora do Angelus, uma multidão de pessoas parou sob um sol, que há dias não se via em Roma, no lado direito da praça do hospital, onde se encontra a grande estátua de João Paulo II. Cerca de cinquenta casais, grupos, famílias, padres, no Policlinico para uma visita ou para a internação de um parente, que se espreitaram no corrimão na esperança de ver um aceno das janelas do décimo andar. Atrás deles, as câmeras e máquinas fotográficas de jornalistas de jornais internacionais. Todos prontos com suas cabeças e smartphones apontados para cima.
“Ali, ali, alguma coisa se mexeu ali”, grita uma mulher idosa repentinamente por volta das 12h02, garantindo que percebeu um movimento nas janelas. Todos se levantam e se aproximam das janelas. “Onde? Onde?”, perguntam. Um alarme falso, que, porém, não tira a confiança em uma “improvisação”: “Além do mais, esse Papa nos acostumou com surpresas”. “Esperamos que o nosso Papa saia”, suspiram três mulheres de Cetraro, na Calábria, “queríamos desejar-lhe uma boa recuperação e, acima de tudo, dizer-lhe que esperamos vê-lo novamente em breve”.
Votos de pronta recuperação e orações
Eu também sou da Calábria”, diz a Sra. Ermelinda, acompanhada de seu marido Franco. Ela está no Gemelli para uma biópsia que terá de fazer na manhã desta segunda-feira, mas este domingo, diz ela, não quer rezar por ela, mas pelo Papa. “Estamos naturalmente ansiosos pelo Santo Padre, precisamos muito de sua presença e de sua bênção para todos aqueles que sofrem. Estamos nos lembrando muito dele em oração porque é a arma mais importante, o Papa sempre nos pede: ‘Rezem por mim’. E nós rezamos, queremos que ele esteja bem”.
Mensagens das pessoas
Uma mulher com uma máscara e um Terço de prata nas mãos se destaca da multidão. Ela não quer dizer uma palavra: “Somente oração”. Mais adiante, um homem, com sua filha que está hospitalizada há quase um mês, tem lágrimas nos olhos que escorrem pelo rosto em direção às janelas. Ele também explica que quer viver o momento do Angelus em recolhimento: pelo Papa e pela menina. “Estou aqui para cumprir meu dever: rezar!”, exclama o padre Jaroslaw, um sacerdote polonês de Elblag, mas estudante em Pamplona, agora em Roma a trabalho. Com um grande Terço nas mãos, ele pergunta se pode enviar uma mensagem diretamente ao Papa por meio da mídia vaticana: “Santidade, nós lhe desejamos uma rápida recuperação, boa saúde no corpo e na alma, para que possa continuar a cumprir sua missão. Pedimos que nos abençoe”. “Acredito que todos os padres estão rezando hoje pelo Santo Padre”, acrescentou, “e que muitos dos fiéis dedicaram este Angelus a ele”. Da pequena capela dentro do Gemelli que leva o nome do Papa Wojtyla, construída recentemente, há um fluxo de fiéis que participam das Missas dominicais dos franciscanos que servem na Capelania: “Nós nos lembramos do Papa durante as celebrações.” Muitos também se apressam para sair por volta do meio-dia. A espera de todos dura cerca de vinte minutos, trinta para os mais insistentes; alguns saem com um pouco de decepção, mas conscientes da situação. A espera diminui, mas não a esperança. Qual? “Ver, sim, o Papa assomar à janela. Mas à sua própria janela, não a de um hospital”.