Catequese

Papa: superstição e pornografia levam ao diabo, não dialogue com ele!

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 25, Francisco alertou que “a maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”

Da redação, com Vatican News

Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

O Papa Francisco retomou, nesta quarta-feira, 25, o ciclo de catequeses com o tema “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo guia o povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”. A reflexão teve como referência o episódio narrado no Evangelho de São Lucas (cf. Lc 4,1-2.13-14), quando Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto e lá foi tentado pelo demônio durante quarenta dias. Diante dos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Pontífice indicou o Espírito Santo como aliado na luta contra o espírito do mal. 

Ao ir para o deserto, Jesus obedece a uma inspiração do Espírito Santo, liberta-se de satanás e, em seguida, regressa à Galileia no poder do Espírito Santo, onde realizou curas e libertação de pessoas possuídas. Com essa premissa, o Santo Padre destacou que, hoje, em certos níveis culturais, acredita-se que o diabo não existe, sendo considerado apenas “um símbolo do inconsciente coletivo ou da alienação, uma metáfora”. Mas, acrescentou o Papa, como escreveu Charles Baudelaire: “A maior astúcia do diabo é convencer-nos de que ele não existe”:

“O nosso mundo tecnológico e secularizado está repleto de magos, ocultismo, espiritismo, astrólogos, vendedores de encantos e amuletos, e, infelizmente, de verdadeiras seitas satânicas. Tendo sido expulso pela porta, o demônio voltou, pode-se dizer, pela janela. Expulso pela fé, regressa com a superstição. E se você é supersticioso, está dialogando com o diabo, e com ele não se deve nunca dialogar.”

A ação do mal

Segundo Francisco, a prova mais forte da existência de satanás não se encontra nos pecadores ou nos possuídos, mas nos santos. “É verdade que o diabo está presente e opera em certas formas extremas e desumanas do mal e da maldade que vemos à nossa volta. Contudo, é praticamente impossível, em casos individuais, chegar à certeza de que realmente é ele, dado que não podemos saber exatamente onde termina a sua ação e começa o nosso próprio mal. Por isso a Igreja é muito prudente e rigorosa no exercício do exorcismo, ao contrário do que acontece, infelizmente, em certos filmes”, sublinhou o Santo Padre.

Segundo o Pontífice, é na vida dos santos que o diabo é obrigado a sair à luz, a estar contra a luz. “Mais ou menos todos os santos e grandes crentes testemunham a sua luta contra essa realidade sombria, e não se pode honestamente presumir que todos tenham sido iludidos ou simples vítimas dos preconceitos do seu tempo.”

Tecnologia e pornografia: oportunidades para o demônio

Na cruz, Jesus derrotou para sempre o poder do príncipe deste mundo, destacou o Papa. E, como dizia São Cesário de Arles: “O demônio está amarrado, como um cão numa corrente; não pode morder ninguém, exceto aqueles que, desafiando o perigo, se aproximam dele… Pode latir, pode insistir, mas não pode morder, exceto aqueles que o querem”.

Infelizmente, o mundo atual oferece diversas maneiras que dão oportunidades ao diabo, alertou o Pontífice. Um exemplo é a tecnologia moderna. “Além de muitos recursos positivos que devem ser apreciados, também oferece inúmeros meios para dar lugar ao diabo, e muitos aí caem. Pensemos na pornografia on-line, por trás da qual existe um mercado próspero: trata-se de um fenômeno muito difundido, contra o qual os cristãos devem, no entanto, precaver-se cuidadosamente e rejeitar vigorosamente.”

Nunca dialogar com o tentador

Francisco recordou ainda que Jesus nunca dialoga com o demônio: ou o expulsa ou o condena, mas nunca dialoga. No deserto, Ele responde não com Suas próprias palavras, mas com a Palavra de Deus:

“Irmãos, irmãs, nunca dialoguem com o diabo. Quando ele vem com as tentações, dizendo ‘Ah, isso seria bom, aquilo seria bom’, pare! Eleve seu coração ao Senhor, reze a Nossa Senhora e expulse-o, como Jesus nos ensinou a fazer. […] Se você for tolo e disser ao diabo: ‘Ah, como você está?’, ele o destruirá. Mantenha distância. O diabo deve ser expulso. E todos nós, todos, temos experiência de como o diabo se aproxima com alguma tentação: quando sentir isso, pare, mantenha distância; não se aproxime do cachorro preso na corrente.”

A vitória de Cristo

Ao concluir, o Papa acentuou que o reconhecimento da ação do diabo na história não deve ser motivo de desânimo, e o pensamento final deve ser, também neste caso, de confiança e segurança.

“Cristo derrotou o diabo e deu-nos o Espírito Santo para fazer nossa a sua vitória. A própria ação do inimigo pode ser aproveitada em nosso favor, se, com a ajuda de Deus, a fizermos servir para a nossa purificação. Fiquem atentos, porque o diabo é astuto – mas nós, cristãos, com a graça de Deus, somos mais astutos do que ele”, finalizou.

 

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