Papa enviou uma mensagem à filha de Martin Luther King por ocasião da data comemorativa neste 18 de janeiro
Da redação, com Vatican News
Marcando a data comemorativa em homenagem à vida e às realizações de Martin Luther King, o Papa Francisco enviou uma mensagem à filha Bernice Albertine King, também ela uma ativista apaixonada, como o seu pai, e presidente do King Center de Atlanta. O texto foi publicado num opúsculo junto a outras mensagens em homenagem ao evento e à figura do líder do movimento pelos direitos civis dos afro-americanos.
No mundo de hoje, escreve o Papa, “onde se multiplicam os desafios referentes às injustiças sociais, às divisões e aos conflitos que impedem a realização do bem comum, o sonho de Martin Luther King de harmonia e igualdade entre todas as pessoas, alcançado através da não violência e dos instrumentos de paz, permanece sempre atual”.
Citando a encíclica Fratelli tutti, o Papa reitera que “cada um de nós é chamado a ser um artesão da paz, unindo e não dividindo, extinguindo o ódio e não o preservando, abrindo os caminhos do diálogo“.
“Dessa forma poderemos nos ver não como ‘outros’, mas como vizinhos, na verdade de nossa dignidade compartilhada de filhos de Deus Todo-Poderoso. Só nos esforçando diariamente para colocar em prática essa visão podemos trabalhar juntos para criar uma comunidade construída sobre a justiça e o amor fraterno”, acrescenta o Santo Padre.
O dia dedicado a Martin Luther King é feriado nacional nos Estados Unidos e comemorado sempre na terceira segunda-feira de janeiro e data próxima ao aniversário do ativista, que estaria completando 92 anos.
O caminho da não violência
Em entrevista de junho de 2020 de Bernice concedida ao L’Osservatore Romano e o Vatican News, a ativista falou sobre o compromisso pela igualdade, pela cultura de paz e pelo valor da não violência. Na oportunidade, um dia após o Freedom Day, Bernice enfatizou a grande harmonia entre o seu pai e o Papa Francisco, que ela encontrou duas vezes no Vaticano, em 2018.
Ao recordar o apelo do Pontífice de não escolher o caminho da violência porque leva à autodestruição, Bernice destacou que “os meios que usamos devem ser coerentes com o objetivo que queremos alcançar, e se esse objetivo é a paz, certamente não podemos alcançar a paz com métodos violentos. E isso”, acrescentou ela, “certamente está de acordo com o pensamento do meu pai. Se abraçarmos a não violência, poderemos fazer progressos na construção de um mundo mais justo, igualitário, humano e pacífico”.