No final da Audiência Geral, Francisco expressou tristeza pela morte de crianças e famílias inteiras na Faixa de Gaza – 770 vidas foram ceifadas nos últimos 19 dias
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco renovou seu apelo pela paz a partir de relatos de guerra recentes. “Ontem, vi que 150 pessoas inocentes foram metralhadas. O que as crianças, as famílias, têm a ver com a guerra? Elas são as primeiras vítimas”, disse o Santo Padre no final da audiência geral desta quarta-feira, 30, na Praça de São Pedro.
Somente em Gaza, nesta terça-feira, 29, foi um dos dias mais sangrentos desde o início da guerra. A Defesa Civil Palestina fala de “770 pessoas mortas somente nos últimos 19 dias” na Faixa. Mais vítimas foram acrescentadas depois que as forças israelenses atingiram uma dezena de casas na área de Manara, ao sul de Khan Yunis, matando também 14 crianças, seis delas da mesma família. As crianças teriam sido mortas no desabamento de suas casas, sufocadas pela fumaça dos mísseis israelenses, segundo fontes locais. As mesmas fontes relatam o ataque do exército israelense ao hospital Kamal Adwan, em Beit Lahia (norte de Gaza, um dos poucos ainda em funcionamento), onde 150 pessoas, incluindo pacientes e equipe médica, ficaram presas no pátio central. De acordo com a Al Jazeera, os tanques israelenses dispararam contra o hospital e destruíram uma estação de oxigênio. Além disso, um prédio de cinco andares em Beit Lahia, no norte de Gaza, foi bombardeado. Cerca de 100 vítimas foram confirmadas, mas pelo menos 40 pessoas continuam desaparecidas sob os escombros.
Países que sofrem
“Rezemos pela paz, a guerra está crescendo”, disse o Pontífice no final da audiência, elencando mais uma vez as áreas do mundo atormentadas por conflitos para as quais, no domingo passado, no Angelus, ele havia pedido o respeito à “vida” e à “dignidade das pessoas e dos povos”, bem como “a integridade das estruturas civis e dos locais de culto, em observância ao direito internacional humanitário”.
O Santo Padre citou a atormentada Ucrânia, a Palestina, Israel, Mianmar, Norte do Kiwu e tantos países que estão em guerra.
Na guerra, todos perdem
“Oremos pela paz”, insistiu o Papa. Francisco repetiu o pedido três vezes para os fiéis e peregrinos oriundos de todas as partes do mundo reunidos na Praça. Quase uma ladainha para que os fiéis do mundo inteiro não vejam o horror como algo natural num contexto de conflito. “Oremos pela paz. A paz é um dom do Espírito e a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota”. “Na guerra ninguém ganha, todos perdem. Oremos pela paz, irmãos e irmãs…. Oremos pela paz”.