Dia Mundial das Missões

Papa: sejam missionários da esperança, nas pegadas de Cristo

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2025, Francisco destaca aspectos da identidade missionária cristã

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante visita a Irmãs Alma School, em Dili, no Timor Leste, em 10 de setembro de 2024 / Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane

“Missionários da esperança entre os povos” é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 99° Dia Mundial das Missões, que será celebrado no dia 19 de outubro.

O texto, divulgado nesta quinta-feira, 6, pela Sala de Imprensa da Santa Sé, está em sintonia com o “Ano Jubilar 2025, cuja mensagem central é a esperança”. Por este motivo, afirma o Pontífice, o lema escolhido “recorda a cada um dos cristãos e a toda a Igreja, comunidade dos batizados, a vocação fundamental de ser mensageiros e construtores da esperança nas pegadas de Cristo”.

Jesus, modelo de missionário

Na mensagem, o Papa evoca a centralidade de Cristo, “enviado do Pai, com a unção do Espírito Santo, a fim de levar a Boa Nova do Reino de Deus e inaugurar ‘um ano favorável da parte do Senhor’ para toda a humanidade”. Ele, prossegue o pontífice, “é o cumprimento da salvação para todos, especialmente para aqueles cuja única esperança é Deus”, o “modelo supremo de todos aqueles que, ao longo dos séculos, dão seguimento à missão recebida de Deus, mesmo no meio de provações extremas”.

O texto convida a Igreja a seguir o exemplo do Senhor e “a avançar, unida a Ele, neste caminho missionário e a escutar, como Ele e com Ele, o grito da humanidade, ou melhor, o gemido de toda a criatura que espera a redenção definitiva”.

O Santo Padre recorda ainda a vocação missionária de cada batizado, chamando os cristãos a se tornarem “com Ele e n’Ele, sinais e mensageiros de esperança para todos, em qualquer lugar e circunstância que Deus nos concede viver”. “Que cada um dos batizados, discípulos-missionários de Cristo, faça brilhar a Sua esperança em todos os cantos da terra!”, clama Francisco.

Construtores de esperança

Recordando o Concílio Vaticano II, o Pontífice lembra que “no seguimento de Cristo Senhor, os cristãos são chamados a transmitir a Boa Nova, partilhando as condições concretas de vida daqueles que encontram e tornando-se assim portadores e construtores de esperança”. Esta missão, segundo o Papa, é especialmente necessária em locais que apresentam, nos dizeres do Santo Padre, “graves sintomas de crise do humano: sensação generalizada de desorientação, solidão e abandono dos idosos, dificuldade em encontrar disponibilidade para ajudar quem vive ao nosso lado”.

A mensagem recorda que, diante destes desafios, “o Evangelho, vivido em comunidade, pode devolver-nos uma humanidade íntegra, saudável e redimida”.

Renovando o convite para a concretização das ações indicadas na Bula Spes non confundit, de proclamação do Jubileu de 2025, o Papa pediu “especial atenção aos mais pobres e fracos, aos doentes, aos idosos, aos excluídos da sociedade materialista e consumista”. Francisco anima a “fazê-lo com o estilo de Deus, ou seja, com proximidade, compaixão e ternura, cuidando da relação pessoal com os irmãos e irmãs na situação concreta em que se encontram. Então, serão eles a ensinar-nos muitas vezes a viver com esperança”, garante.

Uma urgência renovada

Diante destes cenários, o Papa afirma ser urgente a missão da esperança. Nela, “os discípulos de Cristo são os primeiros convocados a formar-se para serem “artesãos” de esperança e restauradores de uma humanidade, frequentemente, distraída e infeliz”.

Para Francisco, a renovação da esperança passa pela renovação da espiritualidade pascal, “que vivemos em cada celebração eucarística e especialmente no Tríduo Pascal, centro e cume do ano litúrgico”. Neste mistério, prossegue o pontífice, “tiramos continuamente a força do Espírito Santo, com o zelo, a determinação e a paciência para trabalhar no vasto campo da evangelização do mundo”.
Missionários da esperança: “homens e mulheres de oração”

Rememorando a figura do Venerável Cardeal Van Thuan – vietnamita detido por 13 anos nas prisões do regime comunista – o Santo Padre afirma “que a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, «a primeira força da esperança»”.

Em seu texto, o Papa convida a renovar “a missão da esperança a partir da oração, sobretudo daquela que se faz com a Palavra de Deus e, de modo particular, com os Salmos, que são uma grande sinfonia de oração cujo compositor é o Espírito Santo”. “Rezando, mantemos viva em nós a centelha da esperança, que foi acesa por Deus para que se torne um grande fogo, iluminando e aquecendo todos os que nos rodeiam, também através de ações e gestos concretos inspirados pela mesma oração”, recomenda o pontífice.

Sinodalidade missionária

Finalizando sua mensagem, o Santo Padre afirma que “a evangelização é sempre um processo comunitário, como o caráter da esperança cristã”. Reforça ainda a necessidade da “construção de comunidades cristãs através do acompanhamento de cada batizado a caminho nas vias do Evangelho”.

Insistindo na “sinodalidade missionária da Igreja” e na “responsabilidade missionária dos batizados”, o Papa convidou todos os fiéis “crianças, jovens, adultos, idosos – a participar ativamente na comum missão evangelizadora com o testemunho da vossa vida e oração, com os vossos sacrifícios e a vossa generosidade”, conclui.

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