Francisco contou que telefonou aos paroquianos da comunidade da Sagrada Família, em Gaza, que voltou à normalidade após a trégua iniciada no domingo, 19
Da redação, com Vatican News
Após a Audiência Geral desta quarta-feira, 22, o Papa Francisco contou sobre sua última conversa por telefone com os paroquianos da Sagrada Família de Gaza, assistidos pelo pároco, o sacerdote argentino Gabriel Romanelli, e pelo vice pároco, o sacerdote egípcio Yusuf Asad.
“Ontem eu liguei – faço isso todos os dias – para a paróquia de Gaza. Estavam felizes. Há 600 pessoas lá entre a paróquia e o colégio. Elas me disseram que tinham comido lentilhas com frango, algo que não estavam acostumadas a fazer nestes tempos. Tinham apenas alguns vegetais, alguma coisa. Estavam felizes”, revelou.
Proximidade do Papa
A comunidade católica, situada a poucos passos das áreas dos bombardeios mais intensos, Jabalia, até 72h atrás vivia na precariedade e no terror. Em dezembro de 2023, a paróquia sofreu um ataque israelense direto que resultou na morte de duas mulheres. Através de seus telefonemas, o Papa tentou de todas as maneiras se aproximar dessa comunidade, reunida no complexo paroquial, que também hospedava alguns muçulmanos.
Todos os dias o telefone tocava na Sagrada Família, geralmente por volta das 19h. Do outro lado da linha, era Francisco . “Desde o início da guerra, ele ligava todos os dias para rezar, para dar a sua bênção, para cuidar das pessoas de Gaza uma por uma e se tornou, como disse o patriarca de Jerusalém, um da nossa comunidade, um paroquiano”, contou padre Romanelli no último domingo, 19, quando foi iniciada a trégua na Faixa de Gaza.
“Rezemos pela paz, a guerra é sempre uma derrota”
Na Catequese, o Santo Padre pediu mais uma vez aos fiéis do mundo inteiro para que não interrompam suas orações por Gaza, assim como por todos os outros lugares assolados por conflitos.
“Rezamos por Gaza, pela paz ali, e em muitas partes do mundo. A guerra é sempre uma derrota, não se esqueçam. A guerra é uma derrota. E quem lucra? Os fabricantes de armas! Por favor, rezemos pela paz”.
Um pensamento para os idosos na Ucrânia
Pensando na Ucrânia, sempre definida como “martirizada” por uma guerra que dura quase três anos e que continua com ataques de drones russos, mortes e ferimentos de civis, o Pontífice lembrou especialmente da população idosa.
O pedido foi feito na saudação aos peregrinos poloneses que nestes dias expressam “uma gratidão especial” aos avôs, celebrando sua festa: “Que seja uma ocasião para construir e fortalecer uma nova aliança entre gerações”, disse ele. “Por favor, lembrem-se também em suas orações dos idosos da Ucrânia que estão vivendo a tragédia da guerra”.