Francisco dirigiu-se aos fiéis de Siracusa, no sul da Itália, por meio de uma carta, destacando Santa Luzia como uma referência no seguimento de Cristo
Da Redação, com Vatican News
Nesta quinta-feira, 13, a Igreja celebra o dia de Santa Luzia. O Papa Francisco enviou uma carta para o arcebispo de Siracusa, na Itália, Dom Francesco Lomanto, e a toda a comunidade local. Siracusa, terra natal da santa protetora dos olhos, está celebrando o ano dedicado a Santa Luzia.
Francisco iniciou sua mensagem com a passagem bíblica que está na primeira carta de São João. “Deus é luz e nele não há trevas” (1Jo 1,5). “No dia da festa da vossa Padroeira, escrevo a ti, querido Irmão, e a toda a comunidade arquidiocesana, para que essas palavras de salvação orientem também hoje o vosso caminho e renovem, no espírito do Evangelho, os vínculos familiares, eclesiais e sociais de que é feita a vossa bela cidade”, salientou.
Deus sempre dá o primeiro passo
Francisco recordou que o mês de dezembro culminará, este ano, com o início do Jubileu, que convida todos a serem “Peregrinos da Esperança”. “Ele é marcado, para vós, por outra peregrinação, a de Santa Luzia, de Veneza a Siracusa, ou seja, da cidade que conserva seu corpo por oito séculos à cidade onde seu testemunho brilhou pela primeira vez, espalhando luz pelo mundo”, ressaltou.
O Papa destacou ainda o testemunho da santa protetora dos olhos. “Em seu movimento em direção a vós, reflete-se o mistério de um Deus que sempre dá o primeiro passo, que nunca pede o que Ele mesmo não está disposto a fazer. Santa Luzia vem até vós, para que vós mesmo sejais homens e mulheres do primeiro passo, filhas e filhos de um Deus que se faz encontro”.
O papel imprescindível das mulheres na Igreja
O Pontífice citou também a riqueza de partilhar os dons. “Há luz onde os dons são trocados, onde o tesouro de um é riqueza para o outro. A mentira que destrói a fraternidade e devasta a criação sugere, em vez disso, o oposto: que o outro é um antagonista e que sua fortuna é uma ameaça. Com muita frequência, os seres humanos se veem dessa forma”, observou.
Francisco acrescentou que Santa Luzia é uma mulher e sua santidade indica à Igreja como as mulheres podem seguir a Cristo com suas próprias maneiras. “Precisamos do trabalho e da palavra das mulheres em uma Igreja em saída, que seja fermento e luz na cultura e na convivência”.
Atenção aos imigrantes, refugiados e pobres
Francisco evidenciou a necessidade de atenção ao Mediterrâneo. “Desde minha primeira viagem apostólica, a Lampedusa, sugeri a transformação de uma cultura de desperdício em uma cultura de encontro. O martírio de Santa Luzia nos educa para o choro, a compaixão e a ternura: são virtudes confirmadas pelas Lágrimas de Nossa Senhora em Siracusa. São virtudes que não são apenas cristãs, mas também políticas”, sublinhou.
O Santo Padre finalizou exortando a Igreja em Siracusa a não se esquecer de trazer espiritualmente para sua festa as irmãs e os irmãos do mundo inteiro que sofrem por causa da perseguição e da injustiça. “Incluam os migrantes, os refugiados, os pobres que estão convosco. E, por favor, lembrai-vos de orar por mim também. Que a intercessão de Santa Luzia e de Nossa Senhora das Lágrimas acompanhe o vosso povo, ao qual concedo com afeto a minha bênção apostólica”.