Francisco recebeu membros do Real Clube Celta de Vigo, clube de futebol espanhol que completa 100 anos
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu, em audiência, nesta segunda-feira, 10, na Sala Clementina, no Vaticano, os membros do Real Club Celta de Vigo. O clube de futebol espanhol completa seu primeiro centenário, ocasião que proporcionou o encontro com o Papa.
O Pontífice lembrou que repetiu, várias vezes, que o esporte é motivo e ocasião para redescobrir e fomentar muitos valores da sociedade. Observou ainda que as cores do clube são as da Virgem Imaculada e também as da camisa argentina, quase como se a Mãe quisesse unir as duas margens desse grande oceano.
Francisco pontuou ainda que muitas pessoas deixaram suas terras e formaram famílias em outros lugares. “É a história de muitos migrantes que chegaram à Argentina”, sublinhou o Pontífice. Segundo o Papa, “poderíamos dizer que o coração da humanidade é composto por todos aqueles pedaços que, ficando e partindo, nos lembram em nosso íntimo que estamos todos unidos; que somos peregrinos no mar tempestuoso da existência. Bem, às vezes não é tão tempestuoso”.
A importância das raízes
Em outro ponto do discurso, o Papa lembrou que, muitas vezes, “trabalhamos muito, lutamos, queremos ser felizes, vencer, mostrar o nosso valor, mas absorvidos em defender as nossas cores, nos esquecemos o que elas significam. Recuperar sempre a história poética. No entanto, as raízes são importantes. São elas que nos dão sentido”.
“As suas raízes nos falam de uma terra que não se fecha para o irmão que chega como peregrino e para as pessoas capazes de deixar tudo a fim de se lançar nas mais altas façanhas. Espírito de aventura saudável e espírito de hospitalidade fraterna”, sublinhou.
A importância do trabalho em equipe
“Tanto no estádio quanto na vida, as armas de vocês são aqueles pequenos gestos aos quais às vezes não damos importância”, disse ainda Francisco. Trata-se de vencer com humildade, trabalhar em equipe sem confiar em suas próprias forças, entendendo que a vitória é de todos.
“O trabalho em equipe é importante: quando não se trabalha em equipe no mundo do esporte, todos perdem; é também entregar-se com generosidade, sem poupar esforços, e saber sacrificar-se pelos outros quando necessário. Da mesma forma, significa aceitar que o confronto com outros times serve para melhorar, aprender, colocar-nos à prova e aperfeiçoar nosso jogo.”
Nunca perder a dimensão amadora
“Nesse sentindo”, sublinhou o Papa, “o outro, mais que um adversário digno de respeito, é sempre um amigo bem-vindo”. “Se o nosso jogo e nossa vida coerentes derem esse exemplo, seremos capazes de transmitir, não a paixão pelas cores que excluem, mas o amor que elas representam”.
Francisco concluiu mencionando um trabalho, “um aspecto trabalhoso, mas que deve ser sempre mantido: a dimensão amadora”. “Quando o esporte, neste caso o de vocês, perde essa dimensão ‘amadora’, perde o sentido, torna-se comercial ou simplesmente asséptico, sem paixão. Por favor, mantenham essa mística do ‘amador’. Nunca percam a dimensão amadora”.