Consistório

Papa reforça presença das "periferias" no Colégio Cardinalício

Com o Consistório deste sábado, o Colégio Cardinalício passará a ter 33 representantes da África, Ásia e Oceania

Da redação, com Agência Ecclesia

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O Papa Francisco vai presidir neste sábado, 19, o terceiro consistório do seu Pontificado, para criar 17 cardeais, dos quais 13 eleitores (com menos de 80 anos). Do Brasil, o arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, será criado cardeal.

Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem alargado as fronteiras nas suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceania.

Quando foi eleito, o atual Papa tinha como colaboradores apenas 22 cardeais eleitores destes três continentes; neste sábado vão passar a ser 33, um número praticamente igual ao da América (34 eleitores, entre América do Norte, Central e do Sul), ou seja, cerca de 28% dos participantes num eventual conclave.

A Europa passou dos referidos 56% para 45% dos eleitores (54 cardeais), embora se mantenha uma forte marca da tradição italiana, com 25 elementos neste grupo; apenas os Estados Unidos da América, com 10 eleitores, se aproximam desta dimensão.

Um eventual conclave teria, assim, 55 eleitores criados no pontificado de Bento XVI, 44 no de Francisco e 22 no de João Paulo II, totalizando 121 cardeais; os cardeais com mais de 80 anos serão 107, a partir deste dia 20.

Brasil

Com a nomeação de Dom Sérgio, o Brasil passará a ter cinco cardeais eleitores: Dom Odilo Pedro Scherer (arcebispo de São Paulo), Dom Orani João Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro), Dom Raymundo Damasceno Assis (arcebispo de Aparecida), Dom João Braz de Aviz (Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica – Vaticano).

Além dos cardeais eleitores, o Brasil tem seis cardeais eméritos, que por terem mais de 80 anos não participam dos conclaves. São eles: Dom Cláudio Hummes (arcebispo emérito de São Paulo), Paulo Evaristo Arns (arcebispo emérito de São Paulo), Dom José Freire Falcão (arcebispo emérito de Brasília), Serafim Fernandes de Araújo (arcebispo emérito de Belo Horizonte), Dom Geraldo Majella Agnelo (arcebispo emérito de Salvador) e Dom Eusébio Oscar Scheid (arcebispo em´reito do Rio de Janeiro).

Consistório

No consistório de sábado, anunciado pelo Papa a 9 de outubro, vai ser criado o mais jovem cardeal da Igreja Católica, D. Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui (República Centro-Africana), de 49 anos.

Os 13 novos eleitores são oriundos de 11 países, alguns dos quais ainda não se encontravam representados no Colégio Cardinalício, como o Bangladesh, a Maurícia ou a Papua Nova-Guiné.

Os novos cardeais eleitores são: D. Mario Zenari (Itália), núncio apostólico [representante diplomático da Santa Sé] na Síria; D. Dieudonné Nzapalainga (República Centro-Africana), arcebispo de Bangui; D. Carlos Osoro Sierra (Espanha), arcebispo de Madrid; D. Sérgio da Rocha (Brasil), arcebispo de Brasília; D. Blase J. Cupich (EUA), arcebispo de Chicago; D. Patrick D’Rozario, arcebispo de Daca (Bangladesh); D. Baltazar Enrique Porras Cardozo (Venezuela), arcebispo de Mérida; D. Jozef De Kesel (Bélgica), arcebispo de Bruxelas; D. Maurice Piat (Maurícia), arcebispo de Port-Louis; D. Kevin Joseph Farrell (EUA), prefeito do Dicastério para os Leigos, Vida e Família (Santa Sé); D. Carlos Aguiar Retes (México), arcebispo de Tlalnepantla; D. John Ribat, arcebispo de Port Moresby (Papua Nova-Guiné); D. Joseph William Tobin (EUA), arcebispo nomeado de Newark, até agora arcebispo de Indianápolis.

Francisco quis ainda nomear dois arcebispos e um bispo emérito, com mais de 80 anos, que se distinguiram no seu serviço pastoral”: D. Anthony Soter Fernandez (Malásia), arcebispo emérito de Kuala Lumpur; D. Renato Corti, arcebispo emérito de Novara (Itália); D. Sebastian Koto Khoarai, bispo emérito de Mohale’s Hoek (Lesotho).

Entre os cardeais com mais de 80 anos está também o padre Ernest Simoni – que fez Francisco chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista – como reconhecimento pelo seu “claro testemunho cristão”.

O Papa, os novos cardeais e todo o Colégio Cardinalício vão concelebrar a Missa de 20 de novembro, na solenidade litúrgica de Cristo-Rei, que marca o final do Jubileu da Misericórdia.

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