Francisco encontrou-se com sobreviventes e familiares da tragédia que, há um ano, deixou 368 mortos
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco recebeu, no fim da tarde desta quarta-feira, 1º, uma delegação de sobreviventes e familiares do naufrágio que ocorreu há um ano, em 3 de outubro, em Lampedusa. A tragédia na ilha que faz fronteira entre a Itália e a África causou a morte de 368 migrantes.
Sem palavras para expressar seus sentimentos, Francisco destacou que o que aquelas pessoas sofreram se contempla no silêncio, no choro e na busca de proximidade. Ele enfatizou como é difícil a situação de chegar ao porto e encontrar portas fechadas e ficar sem saber para onde ir.
“Mas há muitas pessoas que têm o coração aberto para vocês. A porta do coração é a mais importante nesses momentos. Peço a todos os homens e mulheres da Europa que abram as portas do coração! Quero dizer que sou próximo a vocês, rezo por vocês, rezo pelas portas fechadas para que se abram!”
A delegação recebida pelo Papa era composta por 37 pessoas, todas eritreias (mais de 20 sobreviventes e alguns familiares), provenientes de diversos países europeus onde encontraram acolhimento, muitas vezes junto aos familiares que já estavam lá.
Um dos refugiados dirigiu-se ao Papa pedindo apoio, por exemplo, para o reconhecimento de corpos, o que, em alguns casos, ainda não foi possível. Outro jovem agradeceu ao Papa pelas diversas formas de apoio e ajuda aos migrantes e refugiados.
Nesses dias, foi apresentada uma proposta de lei para que o 3 de outubro seja reconhecido como “Dia em recordação das vítimas do mar”. Alguns dos presentes no encontro puderam realizar, nesta ocasião, os testes das autoridades italianas para o reconhecimento de alguns dos corpos ainda não identificados.
A delegação presenteou o Papa com uma escultura de ferro, representando uma garrafa no mar e que, dentro, contém a imagem de uma família. Ao término do encontro, Francisco cumprimentou pessoalmente alguns dos presentes.
Francisco em Lampedusa
O Papa Francisco visitou Lampedusa, no dia 8 de julho de 2013, para rezar pelas vítimas do naufrágio na região.
Em homilia, nesta ocasião, o Santo Padre fez uma reflexão sobre a indiferença humana diante das tragédias. “A globalização da indiferença nos tirou a capacidade de chorar!”, disse.
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