Encontro

Papa recebe mulheres católicas: "Trouxemos-lhe a voz das invisíveis"

Presidente da União mundial das Organizações femininas católicas comenta como foi o encontro deste sábado, 11, com o Santo Padre

Vatican News

Papa Francisco /Foto: Lucia Ballester/CNA

Foi uma audiência repleta de afeto, de presentes e brincadeiras (como a que foi feita à tesoureira: “Ah, é ela quem tem o poder!”), mas também com indicações claras para o futuro e o presente das mulheres na Igreja e agradecimentos pelo trabalho feito em favor das “invisíveis” dos cinco continentes. Na manhã deste sábado, 11, o Papa Francisco recebeu o conselho executivo da União mundial das Organizações femininas católicas (Umofc), que no ano passado criou um Observatório mundial, que elaborou um relatório sobre “O impacto da Covid-19 nas mulheres da América Latina e do Caribe”.

Os resultados do relatório foram entregues este sábado ao Papa. Em 14 de junho, eles serão apresentados em um encontro em Roma com o cardeal Marc Ouellet, presidente da CAL (Comissão para a América Latina). Francisco encorajou a seguir adiante neste trabalho, agora iniciado para o continente africano, e prometeu que em maio de 2023, na véspera da Assembleia Geral da Umofc em Assis, ele receberá todos os membros da organização. “Roma será invadida por mulheres de todo o mundo”, disse a argentina María Lía Zervino, presidente geral da União, ao Vaticano News:

Entrevista

Vatican News: María Lía, como foi a audiência com o Papa?

María Lía Zervino: Seu discurso teológico sobre o princípio ministerial e o princípio mariano foi belíssimo. Ele disse: é verdade, o princípio petrino, que é hierárquico, deve ser usado para o papel das mulheres, mas o princípio mariano é mais importante, porque a Igreja é mulher. Ela é mãe. Ela é “a” Igreja, não “o” Igreja.

Vatican News: A audiência deste sábado foi também uma oportunidade para apresentar ao Papa alguns estudos realizados nos últimos meses, em que se dá voz às mulheres invisíveis. Quem são essas mulheres invisíveis e o que vocês fazem por elas?

María Lía Zervino: Mulheres em países em guerra, sem maridos ou filhos mais velhos, que têm que cuidar de suas famílias. Mulheres que não podem ir à escola porque sua cultura dita que só os homens podem estudar. Mulheres que sofrem violência baseada no gênero. Tantos exemplos… Estas mulheres, que são as mais vulneráveis, são, no entanto, as que têm mais força, resiliência, que estão pensando no cenário pós-Covid. Coletamos o que elas dizem e lhe damos um formato acadêmico para mostrar estes resultados ao mundo.

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