No discurso, Papa reiterou valor de toda pessoa humana, inclusive aquelas com deficiência
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, 13, membros do Instituto Seráfico de Assis, por ocasião dos 150 anos de fundação do Instituto. Aos presentes, a exortação a seguirem nos passos dos santos e cultivarem em seu trabalho sempre o sabor e a alegria da missão.
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Francisco recordou sua primeira peregrinação a Assis em 2013 e, nesse contexto, recordou um pouco da vida de São Francisco. Um santo que se fez pobre e abraçou os mais necessitados, vendo neles Jesus. “Colocou-os no centro das atenções da sociedade, ainda tentada por aquela “cultura do descarte” que faz com que as riquezas se concentrem nas mãos de poucos, enquanto muitos ficam à margem, percebidos como um fardo, mal dignos de esmolas”.
O Santo Padre também mencionou a figura de São Ludovico Casoria, fundador do Instituto inicialmente dedicado a cegos, surdos e mudos. O Instituto deu passos e cresceu em sua oferta de serviços, chegando a acolher jovens em estado de grave e múltipla deficiência.
Valorização de toda pessoa humana
“O mais importante é o espírito com o qual todos vocês se dedicam a esta missão. É claro para vocês, como deveria ser para todos, que toda pessoa humana é preciosa, tem um valor que não depende do que tem ou de suas habilidades, mas do simples fato de que é pessoa, imagem de Deus. Se a deficiência ou doença torna a vida mais difícil, esta vida não é menos digna de ser vivida, e vivida em plenitude”.
Francisco defendeu, então, a necessidade de ver a pessoa com deficiência como um de nós, colocando-a no centro dos cuidados e preocupações, e também no centro da atenção de todos e da política. É um objetivo de civilização”, frisou o Papa.
O Papa também mencionou em seu discurso as tantas estruturas que, como o Instituto, realizam esse serviço, muitas vezes com dificuldades. A solidariedade é importante, para não esperar tudo dos órgãos públicos. Mas o estado e a administração pública devem fazer a sua parte, observou o Pontífice. “Não é possível deixar sozinhas tantas famílias obrigadas a lutar para sustentar seus filhos em dificuldade, com a grande preocupação pelo futuro que os espera quando não poderão mais segui-las”.
A lógica do “Seráfico”, segundo o Papa, é o amor, que se aprende do Evangelho na escola de São Francisco e de São Ludovico. “O amor que sabe ler nos olhos ou nos gestos, antecipa os desejos, não desiste diante das dificuldades, encontra forças para recomeçar todos os dias e se alegra até mesmo com o menor progresso da pessoa que está sendo cuidada. A vida é sempre bela, mesmo com poucos recursos”, concluiu Francisco.