No encontro, Francisco destacou que a pior discriminação sofrida pelos pobres é a falta de atenção espiritual
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco recebeu, nesta sexta-feira, 13, os membros da Fundação Populorum Progressio para América Latina, reunidos no Vaticano para o encontro anual. Entre os bispos recebidos, esteve o Primaz do Brasil, arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger.
Em espanhol, Francisco lembrou aos 10 representantes que já em 1967, na Encíclica Populorum Progressio, Paulo VI ressaltou que a caridade havia adquirido uma dimensão mundial, sublinhando que “os povos famintos interpelam, de modo dramático, os povos opulentos” (n. 3).
O Papa disse que esta situação persiste, e hoje é talvez ainda mais grave, porque as causas do problema não foram eliminadas. “Como afirma a Gaudium et spes, do Concilio Vaticano II, quando a maior parte do mundo ainda sofre tanta necessidade, o próprio Cristo apela em alta voz para a caridade dos seus discípulos (cf. 88)”, disse o Papa.
Segundo Francisco, o desperdício cria a cultura do descarte, a economia da exclusão e a desigualdade. “É o que vemos também na América Latina, onde os desequilíbrios econômicos criaram imensos bolsões de pobreza. Por isso, é importante que a Fundação desperte, dia após dia, a responsabilidade de quem trabalha para ela, e acolha novas colaborações de pessoas de boa vontade”, afirmou.
O principal desafio, segundo Francisco, é manter sempre unido o zelo material e espiritual, para responder de forma realmente digna às necessidades dos irmãos. “A pior discriminação que os pobres sofrem é a falta de atenção espiritual”, disse.
Na conclusão do encontro, o Pontífice agradeceu pelos trabalhos realizados na Fundação, que segundo ele, é um testemunho tangível da presença de toda a Igreja, e principalmente, de cada Igreja particular, em meio aos pobres e aos que sofrem.