Cerca de 30 pessoas foram ao encontro do Papa, que dedicou bastante tempo às famílias e às crianças; Francisco também recebeu presentes dos visitantes
Da redação, com Rádio Vaticano
Antes da Audiência Geral desta quarta-feira, 22, o Papa Francisco encontrou os familiares das 9 vítimas italianas do atentado de Dacca, capital de Bangladesh, ocorrido em 1º de julho do ano passado. Ao todo, 28 pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas naquele episódio de intensa crueldade, atribuído a cinco jovens extremistas islâmicos.
O Papa dedicou bastante tempo aos familiares e às crianças, que presentearam Francisco com o desenho de um grande coração e um bonsai de uma oliveira, em sinal de paz e concórdia entre os povos.
Os familiares já estão desenvolvendo diversas ações nessa direção, iniciativas de solidariedade e contra a violência. Como é o caso da construção de uma igreja em Bangladesh, em colaboração com a associação “Ajuda à Igreja que Sofre”, que será consagrada e inaugurada na próxima sexta-feira, 24.
O bispo de Alife-Caiazzo, Dom Valentino di Cerbo, acompanhava os familiares no Vaticano; cerca de 30 pessoas. “A coisa extraordinária é que, dessa grande dor, está florescendo o amor. E esse é um testemunho e um presente que eles estão fazendo a todos nós. Além disso, fundaram uma associação para dar bolsas de estudo para os jovens de Bangladesh”, disse Dom Cerbo.
Fattore Concetta também estava no encontro com o Papa e perdeu o marido na tragédia de Dacca: “uma pessoa especial porque era altruísta e pensava nos outros, às crianças mais necessitadas”, contou ela. Uma vida de 27 anos juntos, hoje, em continuidade com projetos de ajuda e suporte a quem mais precisa, seja em Bangladesh ou na Itália, mais ainda motivada pelas palavras do Papa Francisco.
“Ele nos disse que foi muito bonita a nossa reação ao ódio. Ele disse: ‘é fácil passar do amor ao ódio, mas é difícil o contrário’. O Papa nos disse ainda: ‘obrigado, obrigado a vocês por aquilo que fizeram. Vocês me deram mais um ensinamento'”, contou.
O pai de Claudio Cappelli, outra vítima de Dacca, junto com o grupo de familiares, está dando uma resposta cristã, de humanidade perante tanto mal.
“Sim, de fato, nós não levamos adiante o ódio. Queríamos é que, no mundo, acontecesse uma mudança e que, esses sacrifícios, servissem a muitos, para seguirem outros caminhos. Não se pode seguir o caminho da violência. Esperamos que as novas gerações compreendam isso e que possam contribuir a melhorar esse mundo.”
O padre Luca Monti, que na noite cruel de Dacca perdeu a irmã Simona, grávida de 5 meses, disse que “talvez é justo que se comece a pensar na tragédia como martírio e não como um ato comum de terrorismo”.