“Somente de um concerto de pessoas diferentes nasce a harmonia que edifica e conforta todos”, disse Francisco aos artistas e promotores do Concerto com os Pobres
Da redação, com Vatican News
Uma delegação de mais de 200 pessoas formada pelos artistas e promotores do “Concerto com os Pobres” foi recebida em audiência pelo Papa Francisco na manhã deste sábado, 7, na Sala do Consistório, no Vaticano.
O Concerto com os Pobres, que já está na quinta edição, é uma iniciativa que nasceu em 2015 para celebrar a beleza da música com a solidariedade aos mais vulneráveis. A audiência com o Pontífice já faz parte da agenda no dia do evento.
Na saudação, o Papa disse estar feliz pelo reencontro e pelo espetáculo que, na Sala Paulo VI, irá reunir artistas internacionais – como o maestro Hans Zimmer, a violoncelista Tina Guo, o compositor Dario Vero e a atriz Serena Autieri – ao Coro da Diocese de Roma e à Orquestra Nova Opera. Tudo organizado por monsenhor Marco Frisina para um público de 8 mil pessoas, incluindo 3 mil indigentes de todas as nacionalidades e religiões.
A parábola da harmonia sinodal
“Um concerto é uma bonita parábola, uma parábola da harmonia sinodal”, comentou o Papa em audiência, “que a Igreja está se esforçando para viver mais plenamente”. Uma harmonia que deve combinar desde diferentes instrumentos e vozes até os silêncios e intervalos, porque Deus chama cada um para se expressar, disse Francisco, para desempenhar a composição em conjunto. “Até as crianças quando choram fazem música”, acrescentou o Pontífice:
“Para realizar essa parábola da harmonia, é necessário escolher por ‘participar’. E isso não é dado como certo. Todos vocês escolheram de ‘participar’, participar desse evento ‘com’ pessoas necessitadas, que lutam todos os dias para seguir adiante. E essa escolha de vocês gera um sinal de esperança. É isso que o próximo Jubileu também propõe: gerar sinais de esperança, a partir da fonte de amor que é o Coração de Jesus.”
A sinfonia de amor do Evangelho
Especialmente porque acontece em comunhão com os pobres, os protagonistas da noite, “unidos pela mesma dignidade e chamados à fraternidade”, Francisco pede ao Senhor que sempre mantenha acesa essa chama da esperança, desejando que o concerto se revele uma “maravilhosa sinfonia de amor”, como é o próprio Evangelho.
“Sem a colaboração de todos não se pode realizar uma verdadeira sinfonia. Somente de um concerto de pessoas diferentes nasce a harmonia que edifica e conforta todos. Da mesma forma, a Igreja, chamada a ser no mundo um sinal e instrumento de harmonia, de comunhão e fraternidade, deve realizar no coração da humanidade um maravilhoso e consciente canto de amor a Deus e aos irmãos.”
“Este ‘Concerto com os Pobres’ que vocês realizam hoje é um bonito sinal de harmonia sinodal.”
No final do concerto, patrocinado pelo Dicastério para o Serviço da Caridade – Esmolaria Apostólica, pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Pontifício Instituto de Música Sacra, tradicionalmente será oferecido um jantar take-away e doado outros tipos de produtos aos pobres.