Todos temos capacidade e limites, diz Papa na mensagem para data que é celebrada nesta sexta-feira
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Celebra-se nesta sexta-feira, 28, o 60º Dia Mundial do Surdo. Para a ocasião, o Papa Francisco publicou uma mensagem, enviada à Organização Nacional de Surdos, em que dá ênfase para a necessidade de inclusão.
O Santo Padre agradece pelo trabalho de todos que se empenham em combater a exclusão e a cultura do descarte para proteger e promover o valor da vida de cada ser humano, em particular a dignidade das pessoas surdas.
Francisco reconhece que foram feitos vários progressos em diversos âmbitos, mas ao mesmo tempo se difundiu a cultura do descartável. “Entre as vítimas de tal cultura estão as pessoas mais frágeis, as crianças que têm dificuldade de participar da vida escolar, os idosos que experimentam a solidão e o abandono, os jovens que perdem o sentido da vida e se veem roubar o futuro e os melhores sonhos”.
Dirigindo-se à Organização, o Papa recordou que fazer associação é em si mesmo um valor. Hoje, acrescentou, há muita necessidade de viver com alegria e empenho a dimensão associativa. “Ser unidos e solidários, encontrar-se, partilhar as experiências, sucessos, fracassos, colocar em comum recursos, tudo isso contribui para acrescentar o patrimônio humano, social e cultural de um povo”.
E essas associações estimulam todos a ser comunidade, a acolher uns aos outros com as limitações e cansaços, mas também com as alegrias e sorrisos. “Porque todos temos capacidade e limites!”, enfatizou.
É preciso ir contracorrente, exortou o Papa, lutando para que seja protegido o direito de cada homem e mulher a uma vida digna. “O desafio é que a inclusão se torne mentalidade e cultura, e que os legisladores e governantes não deixem faltar a esta causa o seu apoio coerente e concreto”.
“Desejo que em cada diocese vocês surdos, junto com os agentes pastorais preparados na língua dos sinais, leitura labial e legenda, colaborem a fim de que as pessoas surdas sejam plenamente inseridas na comunidade cristã e cresça nelas o sentido de pertença”.
Francisco conclui a mensagem reconhecendo que muito já foi feito para fazer crescer o acolhimento e a inclusão, mas ainda há muito a fazer para a promoção dos surdos, superando o isolamento de muitas famílias e resgatando os que ainda são alvo de discriminações inaceitáveis. “Acompanhe vocês neste renovado empenho a minha oração e a minha benção”.