Santo Padre ressaltou necessidade de misericórdia para que prevaleça no mundo a unidade desejada por Deus
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Renascimento pessoal e vida comunitária foram os dois pontos enfatizados pelo Papa Francisco ao presidir nesta terça-feira, 10, a Santa Missa com os Missionários da Misericórdia, reunidos nos últimos dias para momentos de reflexões após dois anos do Jubileu da Misericórdia.
O Santo Padre destacou que tudo parte da Ressurreição de Jesus; é a partir dela que os apóstolos dão testemunho e através dela são geradas a fé e a vida nova dos membros da comunidade. Esses são dois aspectos inseparáveis, considerou Francisco: o renascimento pessoal e a vida em comunidade. Ele pontuou que o ministério dos missionários da misericórdia se move justamente nessas direções, a serviço das pessoas e das comunidades.
Pensando na missão desses missionários, Francisco destacou que, como recorda o Evangelho, quem é chamado a dar testemunho da Ressurreição de Cristo precisa “nascer do alto”. Do contrário, torna-se como Nicodemos que, mesmo sendo mestre em Israel, não entendia a lógica de Deus, que é a lógica da graça, da misericórdia.
“Isso significa deixar verdadeiramente o primado ao Pai, a Jesus e ao Espírito Santo na nossa vida. Atenção: não se trata de se tornar padres ‘envasados’, como se fossem depositários de algum carisma extraordinário. Não. Padres normais, simples, humildes, equilibrados, mas capazes de se deixar constantemente regenerar pelo Espírito, dóceis à sua força, interiormente livres – antes de tudo de si mesmos– porque movidos pelo ‘vento’ do Espírito que sopra onde quer”.
O segundo ponto destacado pelo Papa foi o serviço à comunidade, ressaltando a necessidade de padres capazes de levantar no deserto do mundo o sinal da salvação. “Gostaria de destacar que o Senhor morto e ressuscitado é a força que cria a comunhão na Igreja e, através da Igreja, em toda a humanidade”.
Francisco recordou ainda que a força da comunhão se manifestou desde o início na comunidade de Jerusalém, onde essa comunhão fez uma partilha concreta de bens, de modo que ninguém passava necessidade. E ao ao mesmo tempo, frisou o Papa, esse estilo de vida era “contagioso” para o exterior, de forma que a presença viva do Senhor ressuscitado produz uma força de atração que tende a alcançar todos.
“Vocês, queridos irmãos, coloquem a serviço deste dinamismo também o seu específico ministério de missionários da misericórdia. De fato, seja a Igreja seja o mundo de hoje têm particular necessidade da Misericórdia para que a unidade desejada por Deus em Cristo prevaleça sobre a ação negativa do maligno que se aproveita de tantos meios atuais, em si bons, mas que, mal utilizados, em vez de unir, dividem”.
Esse foi o segundo encontro dos missionários da misericórdia com o Papa. Com a missão de promover a misericórdia de Deus no mundo, esses missionários (sacerdotes) foram instituídos como tal pelo próprio Francisco por ocasião do Jubileu da Misericórdia, Ano Santo vivido pela Igreja católica de 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016.