Francisco enviou uma mensagem a Dom Maniago, presidente do Centro de Ação Litúrgica, para a 71ª Semana Litúrgica Nacional
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem ao presidente do Centro de Ação Litúrgica, Dom Claudio Maniago. As palavras do Papa ao bispo são por ocasião da 71ª Semana Litúrgica Nacional. O evento, que tem início nesta segunda-feira, 23, em Cremona, na Itália, prossegue até o próximo dia 26.
O Pontífice recordou a “triste experiência do ‘jejum’ litúrgico” durante o período de confinamento do ano passado, por causa da pandemia da Covid-19. O Santo Padre comentou os vários problemas que emergiram e desejou novas “linhas de pastoral litúrgica” para as paróquias.
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O desejo de Francisco é enfrentar a “marginalidade” na qual parecem “cair inexoravelmente” o domingo, a assembleia eucarística, os ministérios e o rito. A esperança é de que recuperem “a centralidade na fé e na espiritualidade dos fiéis”, escreveu.
A mensagem do Pontífice a Dom Maniago foi assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.
Celebrações colocadas à prova pela Covid
O Papa diz estar grato a Deus pelo fato de que a Semana finalmente possa se realizar depois “do triste momento do ano passado”. Em 2o20 ela foi adiada, por causa da pandemia. Um adiamento útil para encontrar novas ideias para o tema escolhido: “Onde estão dois ou três reunidos em meu nome. Comunidades, liturgias e território”. Ela também aprofundou “aspectos e situações da celebração, colocados à prova pela difusão da Covid-19 e pelas limitações necessárias para contê-la”.
Segundo Francisco, a suspensão dos serviços religiosos no ano passado, embora tenha sido uma “triste experiência”, “evidenciou a bondade do caminho percorrido desde o Concílio Vaticano II”, na estrada traçada pela Sacrosanctum Concilium. De fato, o tempo de privação “mostrou a importância da liturgia divina para a vida dos cristãos”.
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A criatividade pastoral de sacerdotes e leigos
“O encontro semanal em ‘nome do Senhor’, que desde as origens foi vivido pelos cristãos como uma realidade indispensável e indissoluvelmente ligada à sua identidade, foi severamente afetado durante a fase mais aguda da propagação da pandemia”, assinalou Francisco.
“Mas o amor pelo Senhor e a criatividade pastoral impeliram pastores e fiéis leigos a explorarem outras formas de nutrir a comunhão de fé e amor com o Senhor e com irmãos, na esperança de poder voltar à plenitude da celebração eucarística em tranquilidade e segurança”, complementou.
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Segundo o Pontífice, o período foi de uma espera dura e dolorosa, “iluminada pelo mistério da Cruz do Senhor e fecunda com muitas obras de cuidado, amor fraterno e serviço às pessoas que mais sofreram com as consequências da emergência sanitária”.
A liturgia “suspensa” e seus problemas
A liturgia “suspensa” durante o confinamento e as dificuldades da retomada sucessiva confirmam o que já se via nas assembleias dominicais na Itália: uma “indicação alarmante da fase avançada da mudança de época”.
É que na vida real das pessoas mudou a percepção do tempo e, consequentemente, do domingo, do espaço, apontou o Papa. Estes fatos repercutiram no modo de ser e sentir-se comunidade. Também no povo, família e na relação com um território.
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A assembleia dominical, observou o Santo Padre, “encontra-se assim desequilibrada em termos de presença geracional, falta de homogeneidade cultural, como também pela dificuldade de encontrar uma integração harmoniosa na vida paroquial, para ser o verdadeiro cume de todas as suas atividades e a fonte de dinamismo missionário para levar o Evangelho da misericórdia às periferias geográficas e existenciais”.
Novas linhas de pastoral litúrgica
O Papa espera que a Semana Litúrgica Nacional, com suas propostas de reflexão e momentos de celebração, presencial e on-line, “possa identificar e sugerir algumas linhas de pastoral litúrgica”, para propor às paróquias.
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Francisco abençoa os diáconos, sacerdotes, consagrados e leigos que participam da Semana Litúrgica Nacional. Ele diz que se consola com o fato de que este evento se realize “num território que sofreu muito por causa da pandemia”, mas que, ao mesmo tempo, “viu florescer o bem para aliviar um imenso sofrimento”.