Papa enviou mensagem a evento do Conselho da Europa realizado às vésperas da COP26; em sua fala, a preocupação com a casa comum e a dignidade humana
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Nunca se deve consumir desenfreadamente, como acontece hoje, alerta o Papa / Foto: Imagem de Ralf Vetterle por Pixabay
“Não há mais tempo para esperar, é preciso agir”. O Papa Francisco volta a defender ações concretas em prol da casa comum e da dignidade humana. Suas preocupações estão expressas em mensagem a um evento do Conselho da Europa que acontece nesta quarta-feira, 29, em Estrasburgo, na França.
“Meio ambiente e direitos humanos: direito a um meio ambiente seguro, saudável e sustentável” é o tema do evento. O Papa manifesta o interesse da Santa Sé nas atividades do Conselho da Europa nessas questões. Ele destaca a contribuição que esse evento tem a oferecer às vésperas da COP26, a Conferência da ONU sobre o clima agendada para novembro em Glasgow.
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Francisco recorda a necessidade de garantir que cada pessoa viva com dignidade e tenha oportunidades adequadas ao seu desenvolvimento integral. Mas em vez disso, quando o ser humano pensa ser o “senhor do universo”, acaba justificando todo tipo de desperdício, seja ambiental, seja humano, e trata as pessoas como meros objetos.
“Os antigos já diziam: “Esse oportet ut vivas, non vivere ut edas” – “Se deve comer para viver, não viver para comer”. Se deve consumir para viver, não viver para consumir. E, sobretudo, nunca se deve consumir desenfreadamente, como acontece hoje. Cada um deve usar da terra o que serve para o próprio sustento”.
Resposta à crise ecológica
O Pontífice recorda ainda que tudo é interligado, de forma que a família das nações deve ter a preocupação comum de cuidar do meio ambiente. Aqui, ele fala de uma real mudança de rota, de uma nova consciência sobre a relação do homem consigo mesmo, com os outros, com a sociedade, com a criação e com Deus.
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A crise ecológica convida ao diálogo interdisciplinar e em todos os níveis, do local ao internacional, observa o Papa. E é preciso falar também dos deveres, não só de direitos. “Devemos pensar também na responsabilidade que temos com as gerações futuras, e no mundo que queremos deixar para nossas crianças e jovens”.
Francisco deixa os votos de êxito para essa assembleia parlamentar. “Ajamos com esperança, coragem e vontade, tomando decisões concretas. Não podem ser adiadas para amanhã se têm como finalidade proteger a casa comum e a dignidade de cada ser humano”.
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