Na homilia de hoje, Santo Padre advertiu sobre risco de se afastar de Deus em busca de falsos ídolos
Da Redação, com Rádio Vaticano
É preciso estar atento para não se afastar do Senhor em busca de falsos ídolos e da mundanidade, esta foi a advertência feita pelo Papa Francisco na missa desta quinta-feira, 30, na capela da Casa Santa Marta.
O Pontífice se inspirou no Livro do Êxodo para refletir sobre o “sonho e as desilusões de Deus”. O povo, disse ele, é o “sonho de Deus. Sonhava porque amava”. Aquele povo, porém, trai os sonhos do Pai e Deus começa a se sentir desiludido e pede a Moisés para que desça da montanha onde subiu para receber a Lei. O povo não teve a paciência de esperar Deus por 40 dias. Eles fizeram um bezerro de ouro. Um deus “para se divertir” e se esqueceram do Deus que os salvou.
O profeta Baruc, acrescentou Francisco, tem uma frase que define bem este povo: ‘Vocês se esqueceram de quem os criou’”. “Esquecer Deus que nos criou, que nos fez crescer, que nos acompanhou na vida: esta é a desilusão de Deus. E muitas vezes no Evangelho, nas Parábolas, Jesus fala daquele homem que faz uma vinha e depois faliu, porque os operários a queriam para si. No coração do homem, há sempre esta inquietação! Não está satisfeito com Deus, com o amor fiel. O coração do homem está sempre orientado para a infidelidade. Esta é a tentação.”
Deus, portanto, por meio de um profeta, repreende este povo que não tem constância, não sabe esperar, se perverteu, se afasta do verdadeiro Deus e busca outro deus. “E há a desilusão de Deus: a infidelidade do povo… E também nós somos povo de Deus e conhecemos bem como é o nosso coração e todos os dias devemos retomar o caminho para não escorregar lentamente em direção aos ídolos, às fantasias, à mundanidade, à infidelidade. Creio que hoje nos fará bem pensar no Senhor desiludido: ‘Diga-me, Senhor, está desiludido comigo?’. Com certeza sim, por algum motivo. Mas pensar e fazer esta pergunta”.
Francisco recordou que Deus tem um coração terno, um coração de pai, e lembrou quando Jesus chorou sobre Jerusalém. Por isso, é preciso que cada um reflita para ver se está afastado de Deus, se está fazendo com que Deus se desiluda.
“Quantos ídolos tenho dos quais não sou capaz de me desfazer, que me escravizam? Esta idolatria que temos dentro de nós… E Deus chora por mim. Pensemos hoje nesta desilusão de Deus que nos fez por amor e nós vamos em busca de amor, de bem-estar, de conforto em outro lugar e não em Seu amor. Nós nos afastamos deste Deus que nos criou. E esta é uma reflexão de Quaresma. Isso nos fará bem. E isso, fazê-lo todos os dias; um pequeno exame de consciência: ‘Senhor, que teve tantos sonhos para mim, eu sei que me afastei, mas me diga onde, como voltar…’. E a surpresa será que Ele sempre nos espera, como o pai do filho pródigo, que o viu chegar de longe porque o aguardava”.