Francisco concluiu nesta quarta-feira, 22, o ciclo de catequeses sobre a oração do Pai Nosso; cerca de 20 mil fiéis estiveram presentes na Praça São Pedro
Da redação, com Vatican News
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 22, o Papa Francisco encerrou o ciclo de catequeses sobre a oração do Pai Nosso. “A oração cristã nasce da audácia de poder chamar Deus de ‘Pai’. Trata-se de um ato de intimidade filial, fruto da graça de Jesus que nos introduz na familiaridade com Deus”, foi uma das afirmações do Pontífice aos cerca de 20 mil fiéis presentes na Praça São Pedro. Antes da catequese, o Santo Padre percorreu o local no papamóvel acompanhado de cinco crianças – o momento é usado por Francisco para cumprimentar todos os presentes e distribuir sorrisos e carinho.
Durante sua reflexão, o Papa continuou explicando que em diversas passagens do Novo Testamento é possível ver como Jesus, com o seu exemplo e palavras, ensina o sentido da oração do Pai Nosso. “Por exemplo, quando os discípulos que, ao ver Jesus passar longos momentos em oração, pedem que Ele lhes ensine como rezar. Ou no Getsêmani, onde, ao invocar a Deus chamando-o de Abbá, Jesus demonstra a confiança num momento de angústia”, recordou o Pontífice.
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.: Catequese do Papa Francisco encerra ciclo sobre o Pai Nosso – 22/05/2019
Em meio às trevas, o Santo Padre lembra que Jesus invoca Deus com o nome de “Abbà”, com confiança filial e, embora sinta medo e angústia, pede que seja feita a sua vontade. Francisco apontou que Jesus, ao falar da necessidade de rezar de modo insistente, lembra sempre dos irmãos, sobretudo com a disponibilidade de perdoar as ofensas recebidas. Em suma, o Papa explica que Jesus ensina que o cristão pode rezar em qualquer situação, seja com expressões retiradas da Bíblia, como os salmos, seja com expressões que brotarem do coração.
O primeiro protagonista de toda oração cristã é o Espírito Santo, afirmou o Pontífice. Segundo Francisco, é o Espírito Santo que sopra no coração do discípulo, o torna capaz de rezar como filho de Deus e o ensina a rezar: “Este é o mistério da oração cristã: pela graça, somos atraídos ao diálogo de amor da Santíssima Trindade”.
O Santo Padre lembra que por vezes Jesus usou expressões muito distantes do texto do Pai Nosso: “Na cruz, pronunciou as palavras ‘meu Deus por que me abandonastes’. A explicação é que naquele grito de angústia, está o núcleo da relação com o Pai, o fulcro da fé e da oração. Eis porque o cristão pode rezar em qualquer situação”.
Francisco concluiu pedindo que nos fiéis nunca deixem de recordar na oração ao Pai seus irmãos e irmãs na humanidade, para que nenhum deles, especialmente os pobres, fiquem sem consolo e sem uma porção de amor. O Papa lembrou a Irmã espanhola Ines Nieves Sancho, missionária assassinada na República Centro-africana, pedindo a todos que rezassem com ele uma Ave Maria.
Dia de Nossa Senhora Auxiliadora: Virgem de Sheshan
Sexta-feira, 24, celebra-se o dia de Nossa Senhora Auxiliadora, que é particularmente venerada na China, no Santuário da Virgem de Sheshan, em Xangai. “Nesta feliz ocasião, expresso minha proximidade a todos os católicos na China, que, entre tantas dificuldades e provações, continuam a esperar e amar. Que a nossa Mãe do Céu os ajude a ser testemunhas da caridade e da fraternidade, mantendo-os sempre unidos na comunhão da Igreja universal”, rogou o Pontífice.
Pedido de oração do terço e saudação a Dom José Falcão
Dirigindo-se aos brasileiros, numerosos na Praça, o Papa recomendou que neste mês dedicado à Virgem Maria, busquem contemplar mais intensamente a face do Senhor Jesus com a oração do Terço, para que Ele seja o centro de pensamentos, ações e vida. Por fim, o Santo Padre fez uma saudação especial ao Cardeal José Falcão, arcebispo emérito de Brasília, que está completando 70 anos de ordenação sacerdotal. Dom José respondeu com um sorriso. No final do encontro, o Papa concedeu a todos a bênção apostólica.