Catequese

Papa: não há terra mais bela a conquistar do que o coração dos outros

Catequese de hoje foi dedicada à terceira bem-aventurança: “Bem-aventurados os mansos, porque receberão a terra em herança”

Da Redação, com Vatican News

Papa fala da “terra” a ser herdada com a mansidão: a paz com um irmão, o coração dos outros / Foto: Yara Nardi – Reuters

O Papa Francisco se reuniu com milhares de fiéis e peregrinos na Sala Paulo VI para a Audiência Geral desta quarta-feira, 19. A reflexão de hoje foi sobre a terceira das oito bem-aventuranças: “Bem-aventurados os mansos, porque receberão a terra em herança”.

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.: Outras Catequeses do Papa Francisco

Francisco explicou o significado da palavra “manso”, que é literalmente “doce, gentil, sem violência”. A mansidão se manifesta nos momentos de conflito, de come se reage numa situação hostil, e não nos momentos de tranquilidade. Jesus deu o maior exemplo de mansidão quando, pregado na Cruz, perdoou seus algozes. “A mansidão de Jesus se vê fortemente na Paixão”, disse o Papa.

Mansidão e posses

Nas Escrituras, a palavra “manso” indica também aquele que não tem propriedades terrenas, por isso a terceira bem-aventurança fala que os mansos receberão a terra em herança.

Isso pode parecer incompatível, mas a posse de terras é o âmbito típico do conflito: se combate com frequência por um território, para obter a hegemonia sobre um lugar. Nas guerras, o mais forte prevalece e conquista outras terras.

Mas a bem-aventurança fala de “herança”, que nas Escrituras tem um sentido ainda mais profundo. O Povo de Deus chama “herança” justamente a terra de Israel, que é a Terra Prometida.

Aquela terra é uma promessa e um dom para o povo de Deus e se torna sinal de algo muito maior e mais profundo do que um simples território. “Há uma ‘terra’ – permitam-me o jogo de palavras – que é o Céu, isto é, a terra para a qual caminhamos”. 

Herdar o mais sublime dos territórios

Então o manso é quem “herda” o mais sublime dos territórios. Ser manso não é ser covarde, pelo contrário, é o discípulo de Cristo que aprendeu bem a defender outra terra.

“Ele defende a Sua paz, a sua relação com Deus e os seus dons, protegendo a misericórdia, a fraternidade, a confiança e a esperança. Porque as pessoas mansas são pessoas misericordiosas, fraternas, confiantes e pessoas com esperança”. 

Francisco mencionou o pecado da ira e todas as coisas que destruímos quando se manifesta: perde-se o controle e não se avalia o que é realmente importante, e se pode arruinar a relação com um irmão, às vezes sem remédio. “Por causa da ira, muitos irmãos não se falam mais, se afastam. É o contrário da mansidão. A mansidão reúne. A ira separa”. 

A mansidão, ao invés, conquista tantas coisas. A “terra” a conquistar é a salvação daquele irmão de que fala o mesmo Evangelho de Mateus: “Se te ouvir, ganhaste a teu irmão”.

“Não há terra mais bela do que o coração dos outros. Pensemos nisso: Não há terra mais bela do que o coração dos outros. Não há território mais belo a conquistar do que a paz restabelecida com um irmão. Esta é a terra a ser herdada com a mansidão!”

Confira, abaixo, as duas primeiras catequeses deste ciclo sobre as bem-aventuranças
.: Catequese do Papa sobre a primeira bem aventurança: pobres em espírito
.: Catequese do Papa: bem-aventurados os que choram

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