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Papa na Festa da Epifania: Deus não se esquece de ninguém

Homilia do Papa na Festa da Epifania destacou a estrela que os Magos viram no Oriente: uma estrela brilhante, visível a todos e que indica um caminho

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa Francisco na Festa da Epifania 2025 / Foto: Joyce Mesquita

Deus não Se revela a uns poucos privilegiados, mas oferece a sua companhia e orientação a quem O procure de coração sincero. Reflexões do Papa Francisco em sua homilia na Festa da Epifania do Senhor celebrada nesta segunda-feira, 6.

Na missa celebrada na Basílica de São Pedro, Francisco partiu do testemunho dado pelos Reis Magos, que dizem ter visto a estrela no Oriente e seguiram para adorar o menino nascido, o rei dos judeus. O Pontífice comentou três características da estrela de que fala o evangelista Mateus: é brilhante, visível para todos e indica um caminho.

A luz do amor ilumina

Primeiro, a estrela é brilhante. O Papa lembrou que muitos governantes, no tempo de Jesus, se faziam chamar de “estrela” porque se sentiam importantes, poderosos e famosos. Mas o esplendor deles, artificial e frio, não foi capaz de responder à necessidade de novidade e esperança das pessoas. Quem fez isso foi o outro tipo de luz, simbolizada pela estrela: a única luz que pode indicar o caminho da salvação e da felicidade é a do amor.

Primeiro de tudo, indicou o Papa, vem o amor de Deus, que se fazendo homem se doou sacrificando a sua vida. Depois, o amor com que cada um é chamado a se gastar pelos outros, tornando-se sinal recíproco de esperança, mesmo nas noites escuras da vida. E aqui ele propôs a reflexão: “somos capazes de dar esperança aos outros com a luz da nossa fé?”

“Como a estrela guiou, com o seu brilho, os Magos até Belém, assim também nós, com o  nosso amor, podemos levar a Jesus as pessoas que encontramos, fazendo-as conhecer, no Filho de Deus feito homem, a beleza do rosto do Pai e o seu modo de amar, feito de  proximidade, compaixão e ternura.”

Deus se revela a todos

A segunda característica da estrela, explicou o Papa, é que ela é visível a todos. Os Magos não seguiram um código secreto, mas uma estrela que viam brilhar no firmamento. A estrela está sempre lá, acessível a quem olhar para o céu em busca de um sinal de esperança.

“Também esta é uma mensagem importante: Deus não Se revela em círculos restritos ou a uns poucos privilegiados, mas oferece a sua companhia e orientação a quem O procure de coração  sincero”.

Francisco destacou que a estrela, que oferece a todos a sua luz, lembra que o Filho de Deus veio ao mundo para encontrar todo homem e toda mulher, independente da etnia, língua ou povo a que pertença. Assim também todos são chamados a banir todas as formas de discriminação, marginalização e descarte das pessoas, promovendo, em vez disso, uma cultura de acolhimento.

“É por isso que a estrela está no céu (…) para dizer a todos, com a sua luz generosa, que Deus não se nega a ninguém nem se esquece de ninguém”.

Indicar o caminho

Então o Papa chegou à última característica da estrela: indicar o caminho. Esta é uma importante pista de reflexão, especialmente no contexto do Ano Santo, em que um dos gestos distintivos é a peregrinação.

A luz da estrela convida a realizar uma viagem interior que liberta o coração de tudo o que não é caridade, explicou Francisco – citando São João Paulo II. Assim, é possível um encontro pleno com Cristo.

“Caminhar juntos ‘é típico de quem anda à procura do sentido da vida’. E nós, olhando para a estrela, renovemos também o nosso compromisso de sermos  homens e mulheres “da Via”, como se definiam os cristãos nas origens da Igreja, constantemente animados por uma saudável inquietude, que nos impele a procurar novas  oportunidades para alargar o nosso coração e intensificar os laços que nos unem uns aos outros na  caridade”, afirmou.

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