Reflexão do Papa na catequese de hoje foi sobre o sétimo Mandamento – “não roubar”
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Na catequese desta quarta-feira, 7, o Papa Francisco dedicou sua reflexão ao sétimo Mandamento: “não roubar”.
O Santo Padre fez uma leitura mais ampla desta Palavra, focalizando o tema da propriedade dos bens à luz da sabedoria cristã. Ele lembrou que na Doutrina Social da Igreja fala-se do destino universal dos bens; como diz o Catecismo, Deus confiou a terra e os seus recursos à gestão comum da humanidade.
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“O mundo é rico de recursos para assegurar a todos os bens primários. Ainda assim muitos vivem em uma escandalosa indigência e os recursos, usados sem critério, vão se deteriorando. Mas o mundo é um só! A humanidade é uma só! A riqueza do mundo hoje está nas mãos da minoria, de poucos, e a pobreza, aliás, a miséria e o sofrimento, de tantos, da maioria”.
Francisco advertiu que, se há fome, não é por falta de comida; o que falta é uma visão empreendedora que garanta uma produção adequada e uma distribuição justa. O Papa lembrou ainda o que diz o Catecismo: que o homem deve considerar as coisas que possui não somente como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não somente a ele, mas também aos outros. “Toda riqueza, para ser boa, deve ter uma dimensão social”.
Nesta perspectiva, aparece o significado positivo e amplo do mandamento “não roubar”. Como se lê no Catecismo, a propriedade de um bem faz daquele que o possui um administrador da Providência. “Ninguém é dono absoluto dos bens: é um administrador dos bens. A posse é uma responsabilidade”, disse.
“Aquilo que possuo realmente é aquilo que eu sei doar. (…) Se eu sei doar, sou aberto, então sou rico não somente daquilo que eu possuo, mas também da generosidade. De fato, se não consigo doar algo é porque aquela coisa me possui, tem poder sobre mim e sou escravo. A posse dos bens é uma ocasião para multiplicar com criatividade e usá-los com generosidade, e assim crescer na caridade e na liberdade”.
O próprio Cristo, lembrou o Papa, mesmo sendo Deus, esvaziou a si mesmo e enriqueceu o homem com a sua pobreza. “O que nos faz ricos não são os bens, mas o amor (…) ‘Não roubar’ quer dizer: ame com os seus bens, aproveite dos seus meios para amar como pode. Porque a vida não é tempo para possuir, mas para amar”.