Papa concluiu ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo e a Igreja; ênfase para a missão que o cristão tem de semear esperança no mundo
Da Redação, com Vatican News
O cristão não pode se contentar em ter esperança, ele precisa irradiar esperança, semeá-la no mundo. Esta foi a reflexão central do Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira, 11, a última do ciclo de catequeses sobre o Espírito Santo e a Igreja.
Francisco se atentou a um dos últimos versículos da Bíblia, no livro do Apocalipse, que diz “O Espírito e a Esposa dizem: Vem!” (Ap 22,17). Uma invocação que se dirige ao Cristo ressuscitado, uma oração a Cristo para que venha, algo comum nas reuniões litúrgicas dos primeiros cristãos.
Francisco explicou que este grito que ressoava forte naquela época exprimia a ardente expectativa pelo regresso do glorioso Senhor, algo que nunca morreu na Igreja. “Ainda hoje, na Missa, imediatamente após a consagração, ela proclama a morte e ressurreição de Cristo “Vinde, Senhor Jesus!”.
A expectativa pela vinda final de Cristo não permaneceu única, observou o Papa. A ela se juntou também a expectativa da sua vinda contínua na situação presente e peregrinante da Igreja. E é nesta vinda que a Igreja pensa sobretudo quando, animada pelo Espírito Santo, clama a Jesus: “Vinde!” Um chamado que agora não é dirigido apenas a Cristo, mas também ao próprio Espírito Santo, e que está presente no início de quase todos os hinos e orações da Igreja dirigidos ao Espírito Santo.
A esperança cristã
O Papa acrescentou que o Espírito Santo é a fonte sempre jorrante da esperança cristã. Recordou as palavras de São Paulo: “O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança!”. Se a Igreja é um barco, o Espírito Santo é a vela que o empurra e o faz avançar no mar da história, hoje como no passado.
“A esperança não é uma palavra vã, nem o nosso vago desejo de que tudo corra bem: a esperança é uma certeza, porque assenta na fidelidade de Deus às suas promessas. E por isso se chama virtude teologal: porque é infundida por Deus e tem Deus como garante. Não é uma virtude passiva, que simplesmente espera que as coisas aconteçam. É uma virtude supremamente ativa que ajuda a fazê-las acontecer.”, disse o Santo Padre.
Assim, o cristão deve irradiar essa esperança, acrescentou o Pontífice; este é o dom mais belo que a Igreja pode dar a toda a humanidade, sobretudo nos momentos difíceis.
“Queridos irmãos e irmãs, o Espírito ajude-nos sempre a ‘abundar em esperança pela virtude do Espírito Santo!’”, concluiu.