Na reflexão de hoje, Papa seguiu falando sobre o sexto mandamento, destacando que se refere explicitamente à fidelidade matrimonial
Da Redação, com Boletim da Santa Sé
Na catequese desta quarta-feira, 31, o Papa Francisco deu sequência à reflexão sobre o sexto mandamento – “não cometerás adultério” – evidenciando que o amor fiel de Cristo é a luz para viver a beleza da afetividade humana.
O amor se manifesta na fidelidade, no acolhimento e na misericórdia, disse Francisco. Ele ressaltou que o sexto mandamento se refere explicitamente à fidelidade matrimonial, e por isso é bom refletir mais a fundo sobre esse significado. Ele descreveu como “revolucionário” o trecho da Carta de São Paulo em que este afirma que o marido deve amar a esposa como Cristo amou a Igreja. “Talvez, naquele tempo, é a coisa mais revolucionária que foi dita sobre o matrimônio. Sempre no caminho do amor”.
Na realidade, este mandamento de fidelidade é para todos, disse o Papa, uma vez que é uma Palavra paterna de Deus dirigida a cada homem e mulher. O caminho de amadurecimento humano, explicou, é o percurso do próprio amor, que vai do receber cuidado à capacidade de oferecê-lo, de receber a vida à capacidade de dar a vida.
Nesse sentido, o adúltero, o infiel é uma pessoa imatura, que tem para si a própria vida e interpreta as situações com base no próprio bem estar. “Para casar-se, não basta celebrar o matrimônio! É preciso fazer um caminho do eu ao nós, do pensar sozinho ao pensar em dois, do viver sozinho a viver em dois: é um belo caminho”.
Alargando um pouco a perspectiva, Francisco destacou que toda vocação cristã, nesse sentido, é esponsal. O sacerdócio é esponsal porque é o chamado, em Cristo e na Igreja, a servir a comunidade com todo afeto, cuidado concreto e sabedoria que o Senhor dá.
“Toda vocação cristã é esponsal, porque é fruto da ligação de amor em que todos somos regenerados, a ligação de amor com Cristo, como nos recordou o trecho de São Paulo lido no início. A partir da sua fidelidade, da sua ternura, da sua generosidade, olhamos com fé ao matrimônio e a cada vocação, e compreendemos o sentido pleno da sexualidade”.
Nesse ponto, Francisco destacou que o corpo humano não é um instrumento de prazer, mas lugar do chamado ao amor, e no amor autêntico não há espaço para a luxúria e para a superficialidade. “Os homens e as mulheres merecem mais que isso!”.
Concluindo a reflexão, o Papa frisou que o sexto mandamento, mesmo se em forma negativa, orienta ao chamado original: o amor esponsal pleno e fiel, que Jesus revelou e doou.