Razão da esperança

Papa na catequese: Deus sempre nos procura, a porta está sempre aberta

Parábola do Filho Pródigo, uma das mais conhecidas do Evangelho, foi o foco da reflexão do Papa na catequese desta quarta-feira

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

Papa em sua aparição na Praça São Pedro no Domingo de Ramos / Foto: REUTERS/Yara Nardi

O Papa Francisco iniciou uma nova etapa de reflexão dentro do ciclo de catequeses “Jubileu 2025. Jesus Cristo, nossa esperança”: reflexões sobre algumas parábolas. O texto divulgado nesta quarta-feira, 16 (as Audiências Gerais continuam suspensas no período de recuperação do Papa), traz uma reflexão sobre a parábola do Filho Pródigo, uma das mais conhecidas do Evangelho (Lc 15, 1-3.11-32).

Francisco começa sua reflexão com uma pergunta aos fiéis: “onde estou eu nesta narração?”. Ele comenta que, nesta parábola, está o coração do Evangelho de Jesus, ou seja, a misericórdia de Deus. O Papa explica que Jesus contou essa parábola aos fariseus e escribas que murmuravam porque Ele comia com os pecadores, ou seja, foi uma parábola dirigida àqueles que se perderam, mas não sabem disso e julgam os outros.

“O Evangelho quer confiar-nos uma mensagem de esperança, porque nos diz que onde quer que nos tenhamos perdido, seja como for que nos tenhamos perdido, Deus vem sempre à nossa procura!”, afirma o Pontífice.

Como as pessoas se perdem?

Francisco traz exemplos de como as pessoas podem se perder: talvez como uma ovelha, que se desviou do caminho para pastar; ou que ficou para trás devido ao cansaço; ou como uma moeda, que caiu no chão e já não pode ser encontrada; ou como os dois filhos deste pai. Neste último caso, o Papa observa que o filho mais novo se perdeu porque se cansou de estar numa relação que parecia demasiado exigente. Já o mais velho se perdeu, pois não basta ficar em casa se, no coração, houver orgulho e rancor.

“O amor é sempre um compromisso, há sempre algo que devemos perder para ir ao encontro do outro. Mas o filho mais novo da parábola só pensa em si próprio, como acontece em certas fases da infância e da adolescência. Na realidade, ao nosso redor vemos até muitos adultos assim, que não conseguem levar adiante uma relação porque são egoístas.”, comenta o Papa.

A atitude dos dois filhos

Francisco observa que o filho mais novo tem fome de afeto, quer ser amado, mas acaba desperdiçando o amor. O risco, diz o Santo Padre, é implorar afeto e se apegar ao primeiro senhor que aparecer. E quando chega ao fundo do poço, o filho mais novo pensa em voltar para a casa do pai, para recolher algumas migalhas de afeto.

“Só quem nos ama verdadeiramente pode libertar-nos desta falsa visão do amor. Na relação com Deus, fazemos precisamente esta experiência”, observa.

Já o filho mais velho representa aqueles para quem a parábola é contada: é o filho que sempre ficou em casa com o pai, mas estava distante dele, longe do coração. Talvez até quisesse partir também, mas por medo ou dever permaneceu. “Contudo, quando nos adaptamos de má vontade, começamos a alimentar a raiva dentro de nós e, mais cedo ou mais tarde, esta raiva explode. De modo paradoxal, é precisamente o filho mais velho que acaba por correr o risco de permanecer fora de casa, pois não partilha a alegria do pai.”

Encontrar o caminho de volta

Mas o pai vai ao encontro de ambos, destaca o Papa. Não repreende, convida o filho a entrar e deixa a porta aberta. E assim Deus faz também com o ser humano. “Aquela porta permanece aberta também para nós. Com efeito, esta é a razão da esperança: podemos esperar, pois sabemos que o Pai nos espera, nos vê de longe e deixa sempre a porta aberta.”

“Amados irmãos e irmãs, perguntemo-nos então onde nos encontramos nesta maravilhosa narração. E peçamos a Deus Pai a graça de poder, também nós, encontrar o caminho de volta para casa.”, concluiu.

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