2ª parte do Pai Nosso

Papa na catequese: alimento não é propriedade privada

Papa Francisco começou a analisar a segunda parte da oração do Pai Nosso, começando com a invocação “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”

Da Redação, com Vatican News

Alimento não é propriedade privada, mas providência a compartilhar, com a graça de Deus. Essas foram palavras do Papa Francisco na catequese desta quarta-feira, 27,na Praça São Pedro. Francisco começou a analisar a segunda parte da oração do Pai-Nosso, analisando a súplica “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”.

O Santo Padre explicou que esta oração provém da evidência de que o homem não é criatura autossuficiente e precisa se nutrir todos os dias. Nos Evangelhos, fala-se da multidão que apresenta suas súplicas a Jesus: há quem pede pão, cura, purificação, a visão. E Jesus não é indiferente a esses pedidos e ensina a pedir o pão cotidiano.

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“Quantas mães e pais, ainda hoje, vão dormir com o tormento de não ter no dia seguinte pão suficiente para os próprios filhos! Imaginemos esta oração rezada não na segurança de um cômodo apartamento, mas na precariedade de um quarto onde as pessoas se adaptam, onde falta o necessário para viver. As palavras de Jesus assumem uma força nova”. 

Francisco explicou ainda que o pão significa também água, remédio, casa, trabalho. E Jesus ensina a pedi-lo não só para si mesmo, mas para toda a fraternidade do mundo. Se não for rezado assim, o “Pai-Nosso deixa de ser uma oração cristã. Se Deus é nosso Pai, como podemos nos apresentar a Ele senão de mãos dadas?”

Ele observou, nesse ponto, que esta invocação contém uma atitude de empatia e solidariedade. Trata-se de sentir na própria fome a fome das multidões. Francisco convidou os fiéis a pensarem nas crianças famintas nos países que estão em guerra.

“Crianças famintas no Iêmen, na Síria, em muitos países onde não há pão, no Sudão do Sul. Pensemos nessas crianças e vamos rezar juntos: Pai, nos dai hoje o pão nosso de cada dia”. 

Alimento não é propriedade privada

Jesus educa a pedir a Deus as necessidades de todos, acrescentou Francisco, e  repreende o fato das pessoas não estarem acostumadas a dividir o pão com quem está próximo.

“Era um pão entregue a toda a humanidade e, ao invés, foi consumido somente por alguns: o amor não pode tolerar isto. O amor de Deus também não pode tolerar este egoísmo”, disse o Papa, acrescentando: “Alimento não é propriedade privada, vamos colocar isso na cabeça, mas providência a compartilhar, com a graça de Deus”. 

Ao multiplicar os pães e peixes, Jesus realiza o milagre da compartilha. Ele próprio, multiplicando aquele pão oferecido, antecipou a oferta de Si no Pão eucarístico. De fato, somente a Eucaristia é capaz de saciar a fome de infinito e o desejo de Deus que anima o homem, inclusive na busca do pão cotidiano, concluiu o Papa. 

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