Francisco recebeu bispos do Congo e relatou a eles sua preocupação com a situação de crianças e jovens obrigados a se alistarem em milícias
Da Redação, com Rádio Vaticano
Os problemas da juventude congolesa estiveram no centro do discurso do Papa Francisco aos Bispos da Conferência Episcopal da República Democrática do Congo, recebidos nesta sexta-feira, 12, em visita ad limina Apostolorum.
Francisco recordou que algumas dioceses do país celebraram recentemente o primeiro centenário de sua evangelização. Trata-se, portanto, de uma Igreja jovem. “Mas é também uma Igreja de jovens”, notou o Pontífice.
“Preocupa-me a situação difícil da juventude. De modo especial, penso com horror nas crianças e nos jovens alistados à força em milícias e obrigados a matar seus próprios compatriotas”, disse o Papa, encorajando os bispos a aprofundarem a pastoral juvenil para oferecer toda a ajuda possível aos menores de idade, mediante uma formação humana, espiritual e profissional.
Para o Pontífice, a maneira mais eficaz para superar a violência, a desigualdade e as divisões étnicas consiste em dotar os jovens de espírito crítico e propor a eles um percurso de amadurecimento nos valores evangélicos.
Neste mesmo espírito, reforçou o Papa, “diante da desagregação familiar, provocada pela guerra e pela pobreza, é indispensável valorizar e encorajar todas as iniciativas destinadas a consolidar a família, fonte de toda fraternidade, fundamento e primeira via da paz”.
Francisco incentivou os bispos a trabalharem com persistência para a instauração de uma paz duradoura e justa, por uma pastoral do diálogo e da reconciliação entre os vários setores da sociedade, em apoio aos processos de desarmamento, e na promoção de uma eficaz colaboração com outras confissões religiosas.
O Papa citou ainda os pobres, os idosos, os enfermos e os refugiados internos, que necessitam de uma pastoral adequada e constantemente revisada. E concluiu seu discurso com palavras de agradecimento e encorajamento: “Queridos amigos no episcopado, sejam perseverantes em seu generoso engajamento a serviço do Evangelho! Sejam homens de esperança para o povo congolês!”.