Francisco recebeu membros da Associação Italiana contra as Leucemias, Linfomas e Mieloma e destacou serviço de acolhimento e cuidado aos necessitados
Da Redação, com Vatican News
“A lógica da doação é o principal antídoto para a cultura do descarte: toda vez que alguém doa, a cultura do descarte é enfraquecida”. Foi o que o Papa Francisco afirmou durante uma audiência neste sábado, 14, com membros da Associação Italiana contra as Leucemias, Linfomas e Mieloma (AIL) por ocasião do 55º aniversário de sua fundação.
Ao iniciar seu discurso, o Pontífice recordou que, além de financiar a pesquisa, a AIL oferece acolhimento a pacientes e familiares, destacando que este “é um testemunho de solidariedade e proximidade, ainda mais importante em um mundo marcado pelo individualismo”.
Na sequência, o Santo Padre enfatizou três palavras aos presentes para apoiar o trabalho da associação: “iluminar”, “dom” e “nas praças”. Ao falar sobre a primeira, Francisco reconheceu que “a doença muitas vezes mergulha a pessoa e sua família na escuridão da dor e da angústia, gerando solidão e fechamento”.
Desta forma, “é urgente colocar a pessoa doente de volta no centro, com a sua história, os seus relacionamentos, a sua família, as suas amizades e as suas terapias, a fim de encontrar sentido à dor e dar respostas”, afirmou o Papa. Ele salientou ainda que, “mesmo quando tudo parece perdido, é possível ter esperança. Mas é preciso alguém para trazer um pouco de luz, uma chama de esperança, com amizade, proximidade e escuta”.
Antídoto para cultura do descarte
Passando para a segunda palavra, o Pontífice explicou que as pessoas que trazem essa luz são os doadores. Ele frisou que a lógica da doação é o principal antídoto para a cultura do descarte e lembrou que “o primeiro a se doar é o próprio Deus, no Seu amor criador, e Jesus, na Sua Encarnação”.
Por fim, o Santo Padre motivou os presentes a estar “nas praças”, ou seja, ir às ruas para atender aqueles que precisam. “É o compromisso de não permanecer fechados em seu próprio ambiente e cultivar apenas seus interesses, mas de animar o território, ser um sinal tangível, uma presença visível, nunca invasiva”, destacou, sublinhando aos participantes da audiência que “vocês são visíveis, não para si mesmos, mas para as pessoas que têm necessidades”.
Concluindo seu discurso, Francisco pontuou que a AIL é uma peça fundamental na construção de duas esperanças: a esperança da cura, sempre, e a esperança da terapia, nas modalidades mais atualizadas.