Na Missa desta manhã, Papa alertou sobre os que veem a Lei de Deus como algo rígido, sendo que, na verdade, ela serve para libertar
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco começou a semana celebrando a Missa na capela da Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 24. Na homilia, comentou o Evangelho do dia, em que Jesus cura uma mulher no sábado, provocando a indignação do chefe da Sinagoga porque – diz ele – foi violada a Lei do Senhor.
“Não é fácil caminhar na Lei do Senhor”, comentou o Papa. Ele lembrou que Jesus fala da hipocrisia do chefe da sinagoga, uma palavra que repete várias vezes aos rígidos, àqueles que têm uma atitude de rigidez em cumprir a lei, que não têm a liberdade dos filhos, são escravos da Lei. o Santo Padre destacou que a Lei não foi feita para escravizar, mas para libertar. Por trás da rigidez, pontuou, tem sempre outra coisa, e por isso Jesus diz: “hipócritas!”.
“Por trás da rigidez há algo escondido na vida de uma pessoa. A rigidez não é um dom de Deus. A mansidão, sim; a bondade, sim; a benevolência, sim; o perdão, sim. Mas a rigidez não! Por trás da rigidez, há sempre algo escondido, em tantos casos uma vida dupla; mas há também algo de doentio. Quanto sofrem os rígidos: quando são sinceros e se percebem isso, sofrem! Porque não conseguem ter a liberdade dos filhos de Deus; não sabem como se caminha na Lei do Senhor e não são beatos. E sofrem tanto! Parecem bons, porque seguem a Lei; mas por trás tem alguma coisa que não os torna bons: ou são maus, hipócritas ou são doentes. Sofrem!”.
O Papa Francisco recordou a parábola do filho pródigo, em que o filho mais velho, que sempre se comportou bem, se indigna com o pai porque acolhe com alegria o filho menor dissoluto, mas que regressou arrependido. Esta atitude, explicou, mostra o que há por trás de certa bondade: a soberba de se julgar justo.
“Por trás deste comportar-se bem há soberba. Um filho sabia que tinha um pai e no momento mais obscuro da sua vida foi até ele; o outro via o pai somente como patrão, mas nunca o havia visto como pai. Era um rígido: caminhava na Lei com rigidez. O outro deixou a Lei de lado, foi embora sem a Lei, contra a Lei, mas a um certo ponto pensou no pai e voltou. E obteve o perdão. Não é fácil caminhar na Lei do Senhor sem cair na rigidez”.
O Papa concluiu a homilia com esta oração: “Peçamos ao Senhor, rezemos pelos nossos irmãos e as nossas irmãs que pensam que caminhar na Lei do Senhor significa se tornar rígidos. Que o Senhor lhes faça sentir que Ele é Pai e que Ele gosta de misericórdia, de ternura, de bondade, de mansidão e de humildade. E ensine todos a caminhar na Lei do Senhor com essas atitudes”.