Em audiência com delegação da Federação Luterana Mundial, Francisco frisou credo comum entre católicos e luteranos sobre papel redentor de Cristo
Da Redação, com Vatican News
Nesta quinta-feira, 20, o Papa Francisco recebeu a visita de uma delegação da Federação Luterana Mundial, guiada pelo seu novo presidente, o bispo Henrik Stubkjær, e pela secretária-geral, reverenda Anne Burghardt.
O Pontífice definiu o encontro como “um importante gesto de fraternidade ecumênica”. Em sua saudação inicial, escolheu as palavras do apóstolo Paulo tiradas da Carta aos Romanos (Rm 15,13) e que acompanharam as recentes consultas da entidade, pedindo que o “Deus da esperança abençoe agora também o nosso encontro”.
O Santo Padre recordou a visita de outra delegação da Federação Luterana Mundial, há três anos, quando “refletimos juntos sobre o iminente aniversário do Primeiro Concílio de Niceia como um evento ecumênico.”
Já no ano passado, acrescentou, por ocasião da Assembleia Geral da Federação em Cracóvia, a reverenda Burghardt, juntamente com o Cardeal Koch, sublinhou em uma declaração conjunta que “o antigo credo cristão de Niceia, cujo 1700° aniversário celebraremos em 2025, cria um vínculo ecumênico que tem o seu centro em Cristo”.
“Nossa missão é dar testemunho de Cristo, misericórdia encarnada”
Antes do final do Concílio Vaticano II, prosseguiu Francisco, “os cristãos católicos e luteranos dos Estados Unidos da América, em Baltimore, deram juntos este testemunho: ‘O credo segundo o qual nosso Senhor Jesus Cristo é o Filho, Deus de Deus, continua a assegurar-nos que somos verdadeiramente redimidos, porque somente aquele que é Deus pode nos redimir’”.
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“Jesus Cristo é o coração do ecumenismo”, expressou o Papa, “Ele é a misericórdia divina encarnada, e a nossa missão ecumênica é dar testemunho dele”. Na Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, recordou, luteranos e católicos formularam o objetivo comum de “confessar em todas as coisas Cristo, o único em quem se pode depositar toda a confiança, visto que ele é o único mediador (cf. 1 Tim 2,5- 6) através do qual Deus no Espírito Santo se doa e derrama os seus dons que tudo renovam”.
25 anos da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação
O Pontífice lembrou que se passaram 25 anos desde a assinatura desta Declaração conjunta oficial, e “o que aconteceu no dia 31 de outubro de 1999 em Augusta é outro sinal de esperança na nossa história de reconciliação”. Diante disso, fez o pedido que todos conservem na memória este evento como algo “sempre vivo”, acrescentando:
“Que o 25º aniversário seja celebrado nas nossas comunidades como uma celebração de esperança. Recordemos que a nossa origem espiritual comum é ‘um só batismo para a remissão dos pecados’ e prossigamos com confiança como ‘peregrinos da esperança’. Que o Deus da esperança esteja conosco e continue a acompanhar com a sua bênção o nosso diálogo de verdade e de caridade”, concluiu.
Ao encerrar sua fala, agradecendo mais uma vez à delegação pela visita, Francisco convidou os presentes a rezar juntos o Pai Nosso, “cada um na própria língua”.