Segundo o Papa, este caminho é difícil, mas o único que pode levar o homem à plenitude da santidade e da felicidade
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco presidiu a Missa neste domingo, 1º, Solenidade de Todos os Santos, no Cemitério Verano de Roma.
Em sua homilia, frisou que o caminho que conduz ao Céu é difícil de entender porque vai contracorrente, mas o Senhor diz que quem segue esse caminho é feliz.
As bem-aventuranças, segundo o Papa Francisco
O Santo Padre destacou as bem-aventuranças, texto do evangelho lido neste domingo, e as apontou como o caminho que conduz à felicidade. Leia:
“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos Céus”
“Podemos nos perguntar, como pode ser feliz uma pessoa pobre de coração, que tem como único tesouro o Reino dos Céus? A razão é esta: tendo o coração desapegado e livre das coisas mundanas, essa pessoa é esperada no Reino dos Céus”, respondeu o Papa.
“Bem-aventurados os aflitos porque serão consolados”
“Como podem ser felizes as pessoas que choram? Quem na vida nunca sentiu tristeza, angústia e dor, nunca conhecerá a força da consolação. Ao invés, podem ser felizes aqueles que têm a capacidade de se comover, a capacidade de sentir no coração a dor existente em suas vidas e na vida dos outros. Estes serão felizes! Porque a mão tenra de Deus os consolará e os acariciará”.
“Bem-aventurados os mansos”
“Quantas vezes somos impacientes, ficamos nervosos, sempre prontos para nos lamentar! Temos muitas pretensões em relação aos outros, mas quando cabe a nós, reagimos levantando a voz, como se fôssemos os patrões do mundo, enquanto na realidade somos todos filhos de Deus.
Pensemos nas mães e nos pais que são muito pacientes com os filhos que os fazem enlouquecer. Este é o caminho do Senhor: o caminho da mansidão e da paciência. Jesus percorreu esta estrada: desde pequeno suportou a perseguição e o exílio, e depois, de adulto, as calúnias, as armadilhas, as falsas acusações no tribunal, e tudo isso ele suportou com mansidão. Suportou até mesmo a Cruz por amor a nós.”
“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados”
“Aqueles que têm um forte sentido de justiça, e não somente para com os outros, mas antes de tudo com si mesmo, estes serão saciados, porque estão prontos para acolher a justiça maior, aquela que só Deus pode dar”.
“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia”
“Felizes aqueles que sabem perdoar, que têm misericórdia para com os outros, que não julgam tudo e todos, mas buscam se colocar no lugar dos outros. O perdão é algo que todos nós precisamos, ninguém está excluído. Por isso, no início da missa reconhecemos o que somos, pecadores. Não é uma maneira de dizer, uma formalidade: é um ato verdadeiro. Se sabemos perdoar os outros somos bem-aventurados.”
“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”
“Olhemos o rosto daqueles que semeiam cizânia: são felizes? Aqueles que buscam sempre as ocasiões para enganar, aproveitar dos outros, são felizes? Não, não podem ser felizes. Aqueles que a cada dia, com paciência, buscam semear a paz, estes são artesãos da paz, de reconciliação. Estes são bem-aventurados, porque são verdadeiros filhos de nosso Pai do Céu, que semeia sempre e somente a paz, que mandou seu filho ao mundo como semente de paz para a humanidade.”
Segundo o Papa Francisco, este é o caminho de santidade, o mesmo caminho da felicidade. “É o caminho que Jesus percorreu, aliás, é Ele mesmo o Caminho: quem caminha com Ele e passa através Dele, entra na vida, na vida eterna. Peçamos ao Senhor a graça de ser pessoas simples e humildes, a graça de saber chorar, a graça de ser mansos, a graça de trabalhar pela justiça e a paz, e sobretudo a graça de nos deixar perdoar por Deus para nos tornar instrumentos de sua misericórdia”.
Francisco concluiu afirmando que os santos que já estão na pátria celeste fizeram este caminho. “Que eles nos acompanhe em nossa peregrinação terrena, nos encoraje a ir em frente. A sua intercessão nos ajude a caminhar na estrada de Jesus e obtenha a felicidade eterna para os nossos irmãos defuntos, para os quais celebramos esta Missa”.