Dando sequência à sua viagem apostólica, o Pontífice foi até a ilha de Gozo rezar no santuário mariano de Ta’Pinu, local de grande devoção para os malteses
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco viajou à ilha de Gozo para rezar no santuário mariano de Ta’Pinu, local de grande devoção para os malteses, reconhecido e celebrado por vários Papas, incluindo São João Paulo II e Bento XVI. O evento faz parte de sua 36ª viagem apostólica a Malta, país insular localizado na região central do Mar Mediterrâneo — viagem programada originalmente para maio de 2020.
Ainda pela manhã, o Sucessor de Pedro, ao chegar ao país, encontrou-se com o presidente George Vella. Antes, ainda no voo de duas horas que o levou até Malta, Francisco conversou com jornalistas que o acopanham nesta jornada.
Quatro fiéis deram seu testemunho de fé antes do início da celebração de Francisco.
O primeiro deles foi um casal, cuja esposa foi diagnosticada com esclerose múltipla. Por conta da imobilidade causada pela doença, a mulher teve sua saúde agravada, mas disse que graças à fé, nunca desistiu de viver. Seu marido, em seguida, explicou que os momentos de dificuldade experimentado pelo casal os uniu ainda mais. “Um pouco, de cada vez, entendi que o Senhor me mostrou que esta era a minha missão. Quando o sofrimento se vive com amor, não se torna doloroso”, ponderou.
Mensagem
Em sua homilia, Francisco citou Maria e dor que a morte de Jesus causou à Sua mãe. “A hora de Jesus marca o início de uma vida nova. É o tempo da Igreja que nasce”, disse o Papa.
Citando santuário o de Ta’Pinu, o Santo Padre recordou que uma série de acontecimentos mudou o rumo daquele tempo, que chegou muito perto de ser demolido. “Voltar às origens é descobrir o essencial da fé. Não olhar para trás para copiar o modelo eclesial, nem significa sermos demasiados idealistas. Vemos que os discípulos discutem e nem sempre entendem os ensinamentos do Senhor. Voltar às origens significa voltar ao coração e descobrir Jesus e anúncio do Evangelho. Este é o essencial, a alegria da Igreja: evangelizar”, observou.
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O Pontífice ainda citou o Sínodo realizado pelos bispos malteses. Afirmou que esta é uma maneira de renovar a Igreja. “Não tenhais medo de empreender percursos novos de evangelização, talvez até arriscados, mas que tocam a vida. A alegria da Igreja é evangelizar”, ressaltou mais uma vez.
Refugiados
O Sucessor de Pedro ainda recordou como São Paulo foi acolhido pelos nativos e como os malteses fazem o mesmo com os refugiados que chegam ao país. “Acender fogueiras de ternura quando o fogo paira sobre aqueles que sofrem”, exortou Francisco. “Sois uma ilha pequena, mas de coração grande. Digo outra vez, sois um tesouro na Igreja e para a Igreja”, acrescentou.
O santuário mariano de Ta’Pinu é um local de tradição entre os católicos de Malta. Francisco recitou três vezes a Ave Maria — hábito comum entre os fiéis malteses. O Santo Padre ainda presenteou o santuário com uma Rosa de Ouro, um gesto antigo que os Pontífices sempre fazem em visitas marianas.
Francisco é o terceiro Pontífice nos últimos 30 anos a visitar a ilha do Mediterrâneo. Antes dele, São João Paulo II visitou a ilha em 1990 e 2001 (esta última vez para beatificar dun Ġorġ Preca, a primeira santa maltesa na história do catolicismo, Irmã Adeodata Pisani, abadessa do mosteiro de São Pedro na cidade de Medina, e Nazju Falzon, um frade menor que ajudou os soldados malteses durante a Guerra da Crimeia). Por fim, Bento XVI visitou Malta em 17 e 18 de abril de 2010 para celebrar o 1950º aniversário do naufrágio de São Paulo na ilha, no ano 60 d.C.