Início da Quaresma

Cardeal Parolin preside Missa de Cinzas com homilia do Papa

Oração, caridade e jejum são remédios para todos, destacou a homilia do Papa Francisco lida pelo Cardeal Parolin

Da Redação, com Santa Sé 

Cardeal Pietro Parolin durante imposição das cinzas em celebração na Basílica de Santa Sabina / Foto: REUTERS/Remo Casilli

O Papa Francisco preparou a homilia da Missa solene de Quarta-Feira de Cinzas, 2, presidida pelo secretário de Estado, Cardeal Pietro Parolin, na Basílica de Santa Sabina, em Roma. Por causa de uma dor no joelho, o Pontífice não presidiu a Eucaristia e sua homilia foi lida pelo Cardeal Parolin.

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.: Texto completo da homilia do Papa Francisco 

Dando início ao tempo da Quaresma, Papa Francisco convidou a meditar sobre a passagem bíblica: “Guardai-vos de fazer as vossas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles, de outro modo não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos céus”. (Mt 6,1).

“Habitualmente, na Quarta-feira de Cinzas, a nossa atenção concentra-se mais sobre o empenho exigido pelo caminho de fé do que no prêmio que daí nos advém. Contudo, hoje, o discurso de Jesus retorna regularmente a este termo, recompensa, que parece ser a mola do nosso agir. De fato, em nós, no nosso coração, há uma sede, um desejo de alcançar uma recompensa, que nos atrai e move a cumprir aquilo que fazemos”, explicou.

Francisco destacou que Jesus distingue dois tipos de recompensa: aquela vinda junto de Deus e outra dos homens. A primeira é eterna, verdadeira, definitiva. A segunda transitória, caminho que nos prende à admiração de pessoas, gratificação de coisas mundanas. Segundo o Papa, quem tem em vista a recompensa do mundo nunca encontra paz, nem sabe promover a paz, porque perde de vista o Pai e os irmãos.

O rito das cinzas 

O rito das cinzas, que os fiéis recebem nesta solenidade, quer subtrai-los de preferir a recompensa dos homens em vez da recompensa junto de Deus. Este sinal austero leva a refletir sobre a caducidade da condição humana, explicou Papa.

“As cinzas colocam em evidência o nada que se esconde por trás da procura de recompensas mundanas. Lembrando que o mundanismo é como o pó, que um pouco de vento arrasta, continua.”

Práticas Espirituais

A oração, a caridade e o jejum são práticas espirituais características desse tempo quaresmal. Na homilia, Francisco alertou sobre o risco, porém, delas se tornarem autorreferenciais. Em cada gesto, mesmo no mais belo, pode esconder-se a satisfação dos próprios desejos. Por isso a Palavra de Deus convida a olhar para o íntimo e ver as inconstâncias. “Façamos um exame de consciência”, pediu o Pontífice.

O Santo Padre pontuou que a oração humilde, feita em segredo, torna-se o segredo para fazer florescer a vida no exterior. “Sobretudo neste tempo de Quaresma, rezemos com os olhos fixos no Crucifixo: deixemo-nos invadir pela comovente ternura de Deus e, nas suas chagas, coloquemos as nossas e as do mundo. Não nos deixemos levar pela pressa, fiquemos em silêncio diante d’Ele. Redescubramos a essencialidade fecunda do diálogo íntimo com o Senhor”.

Se a oração for verdadeira, não pode deixar de se traduzir em caridade, continuou Francisco. A caridade quaresmal, purificada pelas cinzas, reconduz ao essencial, à alegria íntima que existe no dar. A esmola, dada longe dos holofotes, dá paz e esperança ao coração. 

Sobre o jejum, o Pontífice destacou que esta prática espiritual não se deve restringir apenas ao alimento. É importante jejuar daquilo que gera uma certa dependência.

“A oração, a caridade e o jejum são os meios principais que permitem a Deus intervir na nossa vida. São armas do espírito, e é com elas que, nesta jornada de oração e jejum pela Ucrânia, imploramos a Deus aquela paz que os homens sozinhos não conseguem construir”, frisou.

E por fim, a homilia terminou com uma oração, suplicando a Deus a escuta dos mais necessitados e paz no coração de cada fiel. 

 

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