Pontífice alerta para necessidade de medidas eficazes na promoção de alimentação de qualidade para todos a partir da fraternidade
Da Redação, com Vatican News
Nesta quarta-feira, 16, é celebrado o Dia Mundial da Alimentação. Por ocasião da 44ª edição desta data, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Qu Dongyu.
No texto, o Pontífice alerta quanto à urgência de medidas eficazes para abordar e realmente resolver os problemas alimentares da humanidade nos dias de hoje, ferida por tantas injustiças. Em sua visão, é necessário “considerar os princípios da subsidiariedade e da solidariedade como base dos nossos programas e projetos de desenvolvimento” e ouvir os pedidos de quem se encontra “na base da cadeia alimentar”, como os pequenos agricultores e as famílias que estão diretamente envolvidas na alimentação das pessoas.
Para o Santo Padre, tal escuta nunca deve ser adiada. Somente tomando “o ideal de justiça” como guia para a ação, enfatiza, as necessidades das pessoas poderão ser atendidas. Esse é o princípio da “ecologia integral” proposto na encíclica Laudato si’, que exige que “as necessidades de cada pessoa e de toda a pessoa sejam levadas em conta, de modo que sua dignidade seja salvaguardada na relação com os outros” e em estreita conexão “com o cuidado da criação”.
Necessidade fundamental do ser humano
Na sequência, Francisco recorda que o tema desta data convida à reflexão sobre “o direito à alimentação para uma vida e um futuro melhores” que satisfaça “uma das necessidades fundamentais do ser humano”: a de nutrir-se para viver de acordo com padrões adequados que “garantam uma existência digna da pessoa humana”.
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Contudo, esse direito é frequentemente desconsiderado, lamenta o Papa, e não é aplicado de forma justa, com consequências prejudiciais. Por isso, ele enfatiza a proposta da FAO de uma “transformação dos sistemas alimentares que leve em conta a pluralidade e a variedade de alimentos nutritivos, acessíveis, saudáveis e sustentáveis” para alcançar “a segurança alimentar e uma dieta saudável para todos”.
As medidas para levar uma vida melhor, continua o Pontífice, devem ser tomadas em conjunto, “no mesmo espírito de fraternidade e sabendo que este planeta que Deus nos deu deve ser um jardim aberto” para a convivência. Para isso é necessário basear-se na solidariedade e em “uma aliança intra e intergeracional”, baseada na fraternidade, que dá um novo significado à cooperação internacional.
Nesse caminho, conclui Francisco, a comunidade internacional poderá contar com o encorajamento da Santa Sé e da Igreja Católica, e com sua “tenaz contribuição” para que todos possam ter alimentos em quantidade e qualidade adequadas para si e para suas famílias, para que cada pessoa possa levar uma vida digna e “o doloroso flagelo da pobreza e da fome no mundo possa ser definitivamente derrotado”.