Francisco enviou uma mensagem ao Patriarca Ecumênico por ocasião da festa de Santo André nesta quarta-feira, 30
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Patriarca Bartolomeu I por ocasião da Festa de Santo André celebrada nesta quarta-feira, 30. Já é uma tradição o Pontífice se dirigir à Igreja em Constantinopla que tem o santo como padroeiro.
Francisco exortou ao compromisso mútuo pelo “pleno restabelecimento da comunhão” entre os cristãos, através de “um exame comum” caracterizado não pela polêmica, mas pelo diálogo inter-religioso.
O compromisso de todo cristão
No início da mensagem, o Papa recorda que, mais uma vez, está sendo representado, nas celebrações de Santo André em Fanar, em Instambul, por uma delegação da Igreja de Roma. Francisco, assim, enviou “sinceras orações” e assegurou o seu afeto fraterno ao Patriarca Ecumênico e à Igreja confiada a seus cuidados que participa da Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge.
Francisco também cita a profundidade dos laços que une as Igrejas de Roma e de Constantinopla, um sinal visível da esperança que se alimenta de uma comunhão cada vez mais profunda. “O pleno restabelecimento da comunhão entre todos os que acreditam em Jesus Cristo é um compromisso irrevogável para cada cristão, já que a “unidade de todos” (cf. Liturgia de São João Crisóstomo) não é apenas a vontade de Deus, mas também uma prioridade urgente no mundo atual. De fato, o mundo de hoje está precisando muito de reconciliação, fraternidade e unidade. A Igreja, portanto, deveria brilhar como “sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de toda a raça humana” (Lumen gentium, n. 1).”
Os caminhos para a unidade
Ainda na mensagem, o Papa reforça que necessidade de continuar dando as devidas razões históricas e teológicas que estão na origem das divisões das duas Igrejas. Agradeceu porque a oração e a caridade fraterna não estão resignadas a experiências passadas e presentes para que, no tempo de Deus, possam permitir de “nos reunir em torno da mesma mesa eucarística”.
Francisco chamou de um exame comum o que deve ser desenvolvido num espírito que não seja polêmico e nem apologético, mas caracterizado por um diálogo genuíno e abertura recíproca.
“Devemos também reconhecer que as divisões são o resultado de ações e atitudes lamentáveis que impedem a ação do Espírito Santo, que guia os fiéis à unidade na diversidade legítima. Daqui decorre que somente o crescimento em santidade de vida pode levar a uma unidade autêntica e duradoura. Somos, portanto, chamados a trabalhar pelo restabelecimento da unidade entre os cristãos não apenas através de acordos assinados, mas também através da fidelidade à vontade do Pai e do discernimento dos sussurros do Espírito.”
Ao caminhar em direção a esse objetivo, acrescentou o Papa, já existem muitas áreas onde a Igreja Católica e o Patriarcado Ecumênico estão trabalhando juntos. Uma delas é o diálogo inter-religioso, cita o Papa, recordando com gratidão o recente encontro no Reino do Bahrein, por ocasião do fórum sobre o tema do diálogo.
“O diálogo e o encontro são o único caminho para superar os conflitos e todas as formas de violência. A esse respeito, confio à misericórdia de Deus Todo-Poderoso aqueles que perderam a vida ou ficaram feridos no recente ataque na sua cidade, e rezo para que Ele converta os corações daqueles que promovem ou apoiam essas más ações.”