Francisco recebeu em audiência nesta sexta-feira, 26, os participantes do Congresso Internacional da Federação Bíblica Católica
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu na manhã desta sexta-feira, 26, os participantes do Congresso Internacional da Federação Bíblica Católica. O evento está em andamento em Roma desde o dia 23 e celebra os 50 anos da Federação. O tema do Congresso é “A Bíblia e a vida: a inspiração bíblica de toda a vida pastoral e missão da Igreja (VD 73) – Experiências e desafios”. A partir das palavras “Bíblia e vida”, Papa Francisco desenvolveu seu discurso.
“A Palavra de Deus é viva, não morre nem envelhece, permanece para sempre”, disse o Pontífice, citando o Novo Testamento. “Está viva e dá vida. A Palavra, de fato, traz ao mundo o respiro de Deus, infunde no coração o calor do Senhor através do sopro do Espírito”, continuou. O Santo Padre advertiu que a Bíblia não é uma bela coletânea de livros sagrados a estudar, e sim a Palavra de vida a semear.
Na Igreja, o Papa frisou que a Palavra é uma insubstituível injeção de vida e afirmou que as homilias são fundamentais: “A pregação não é um exercício de retórica e nem mesmo um conjunto de sábias noções humanas: seria somente lenha. É ao invés compartilha do Espírito, da Palavra divina que tocou o coração do pregador, o qual comunica aquele calor, aquela unção”.
Segundo o Pontífice, diariamente homens e mulheres recebem demasiadas informações, mas não podem renunciar à Palavra de Jesus, à única Palavra de vida eterna de que necessitam cotidianamente. “Seria belo que a Palavra de Deus se tornasse sempre mais o coração de toda atividade eclesial”, disse ainda Francisco, citando a Evangelii gaudium.
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“É desejo do Espírito nos plasmar como ‘formato-Palavra’: uma Igreja que não fale por si e de si, mas que tenha no coração e nos lábios o Senhor. Ao invés, a tentação é sempre aquela de anunciar nós mesmos e de falar de nossas dinâmicas, mas assim não se transmite ao mundo a vida”, comentou Francisco.
A Palavra ensina o ser humano, de acordo com o Santo Padre, a renunciar a si mesmo para anunciá-la, leva a viver de modo pascal, não deixa tranquilo, mas coloca em discussão: “A Igreja não se cansa de anunciar, não cede à desilusão, não se rende em promover em todos os níveis a comunhão, porque a Palavra chama à unidade e convida cada um a ouvir o outro, superando os próprios particularismos”. Para o Papa, a Igreja que se nutre da Palavra e vive para anunciá-la, lançando-se pelas estradas do mundo, até os confins da terra, não se poupa.
A Bíblia é a melhor vacina contra o fechamento e autopreservação da Igreja, alertou Francisco que prosseguiu sublinhando que é a Palavra de Deus, e não a de homens e mulheres, que preserva todos da autossuficiência e do triunfalismo.
“Bíblia e vida: vamos nos comprometer para que essas duas palavras se abracem, para que jamais uma fique sem a outra. Rezemos e trabalhemos para que a Bíblia não fique na biblioteca, mas corra pelas estradas do mundo. E faço votos para que vocês sejam bons portadores da Palavra, com o mesmo entusiasmo que lemos nesses dias nas narrações pascais, onde todos correm: as mulheres, Pedro, João, os dois de Emaús… Corram para encontrar e anunciar a Palavra viva”, exortou.