População passa fome em várias regiões do Sudão do Sul, país do Nordeste da África marcado por guerra civil e colapso econômico
Da Redação, com Agências
Após a catequese desta quarta-feira, 22, o Papa Francisco fez um apelo pelo Sudão do Sul, país que nesta semana declarou estado de fome em algumas regiões
O Santo Padre acompanha com apreensão a situação no país, que além da crise alimentar enfrenta um quadro de intensos conflitos. Milhões de pessoas estão sendo condenadas à morte por fome, entre as quais muitas crianças.
“Neste momento, é mais necessário do que nunca o empenho de todos a não ficar somente nas declarações, mas a tornar concretas as ajudas alimentares e a permitir que possam chegar às populações sofredoras. Que o Senhor ampare esses nossos irmãos e os que atuam para ajudá-los”, pediu o Papa.
Em julho do ano passado, o Papa Francisco enviou ao país o cardeal ganês Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz. Na época, o cardeal entregou ao presidente do país uma mensagem do Pontífice.
A situação no Sudão do Sul, no nordeste da África é grave; várias agências da ONU já deram o alerta de que cerca de 4,9 milhões de pessoas, o que corresponde a mais de um terço da população total, poderão passar por uma severa falta de alimentos nos próximos meses.
A crise alimentar no país está atingindo o nível mais alto desde o início do conflito armado há mais de três anos; é uma combinação de guerra civil e colapso econômico que está deixando em situação de fome cerca de 100 mil pessoas atualmente.
Os confrontos começaram em dezembro de 2013 quando o Presidente Salva Kiir, acusou o vice, e ex-líder dos rebeldes, Riek Machar, de planejar um golpe de Estado para derrubar o governo. Em dois anos, houve uma série de conflitos étnicos e tribais, com represálias, a destruição de aldeias, milhares de mortos e refugiados.
Segundo dados do órgão da ONU para os Refugiados, Acnur, mais de 1,5 milhão de pessoas já fugiu do país por causa do conflito armado. Com relação às crianças, o Unicef estima que cerca de 270 mil estão desnutridas.
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O Sudão do Sul é um dos países mais jovens do mundo. Independente desde 2011, o quadro de conflito, crise econômica e alimentar coloca o país em uma das piores situações humanitárias do mundo.