Francisco classificou como “pecado gravíssimo” tirar trabalho das pessoas; responsáveis pelos povos devem garantir trabalho a todos
Da Redação, com informações do Vaticano
O Papa Francisco voltou a denunciar nesta quarta-feira, 15, o problema do desemprego que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
Após o tradicional encontro semanal com os peregrinos na Praça São Pedro, no Vaticano, ele saudou os funcionários de uma empresa televisiva italiana que correm o risco de ficar sem trabalho. Francisco deixou o seu apelo em prol dos desempregos, recordando que o trabalho traz dignidade.
“Quem por manobras econômicas, para fazer negociações não completamente claras, fecha fábricas, fecha iniciativas empresariais e tira o trabalho aos homens, esta pessoa comete um pecado gravíssimo”, disse.
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O Santo Padre destacou ainda que os responsáveis pelos povos têm a obrigação de garantir um trabalho a cada homem e a cada mulher. Isso é necessário para que as pessoas possam ter a cabeça erguida e olhar para os outros com dignidade.
A dignidade trazida pelo trabalho é um dos pontos que Francisco tem ressaltado desde o início de seu pontificado. Em viagens e visitas apostólicas na própria Itália o Santo Padre gosta de se encontrar com o “mundo do trabalho”, falando a patrões e empregados.
Na viagem ao México, por exemplo, em fevereiro de 2016, o Papa se reuniu com o mundo do trabalho de Ciudad Juárez e destacou que um dos maiores flagelos a que estão expostos os jovens é a falta de oportunidades de instrução e trabalho sustentável e rentável, que lhes permitam “lançar-se na vida”. Na ocasião, ele frisou que isso gera, em muitos casos, situações de pobreza, que torna-se, por sua vez, um terreno favorável para “cair na espiral do narcotráfico e da violência.
Em mensagem à Argentina em agosto do ano passado por ocasião da festa de São Caetano, padroeiro, no país, do ‘pão e do trabalho’, o Papa destacou que uma coisa é ter pão para comer, outra é levá-lo para casa como fruto do trabalho.
“Nesta celebração de São Caetano pedimos esta dignidade que o trabalho nos dá: poder levar o pão para casa. O trabalho (junto com o teto e a terra) é a base dos direitos humanos. Quando pedimos trabalho para levar o pão para casa, estamos pedindo dignidade”, disse na ocasião.