Mensagem foi enviada ao Fórum das Ilhas do Oceano Pacífico, em que o Santo Padre se mostrou preocupado com as mudanças climáticas
Da redação, com Rádio Vaticano
Na manhã deste sábado, 11, o Papa Francisco recebeu a delegação do Fórum das Ilhas do Oceano Pacífico (Pacific Islands Forum, sigla em inglês), ocasião em que proferiu um discurso acerca da questão ambiental, em que destacou sua preocupação com a ecologia integral, já expressa na Encíclica Laudato si ― na qual rejeita a guerra e se preocupa com a deterioração do meio ambiente.
A área que compreende o Pacífico sofre impactos como o aumento do nível dos mares e a progressiva destruição do ecossistema constituído pela barreira coralina. Trata-se de uma região de imensas belezas culturais e naturais.
“Vocês vieram aqui de países distantes de Roma, mas a visão de uma ‘terra sem fronteiras’ dissolve todas as distâncias geográficas. Isso nos lembra a necessidade de uma perspectiva global, de cooperação internacional e solidariedade, e uma estratégia compartilhada, o que pode nos impedir de permanecer indiferente diante de graves problemas como a deterioração do meio ambiente e a saúde dos oceanos, o que está ligado à deterioração humana e social vivida pela humanidade hoje”, disse o Papa Francisco.
Ainda discutindo o aquecimento global, o Papa mencionou a 23ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP23) em andamento em Bonn, na Alemanha, cuja realização está sendo presidida por Frank Bainimarama, primeiro-ministro da República das Fiji, arquipélago localizado no Oceano Pacífico. “Espero que os trabalhos da COP-23, assim como os que seguirão, possam levar ter em consideração a ‘Terra sem confins onde a atmosfera é extremamente fina e fugaz’, como a descreveu um dos astronautas da Estação Espacial Internacional com quem pude falar recentemente”, afirmou Francisco.
Para o Papa, esta visão de uma “Terra sem confins” anula as distâncias geográficas e destaca a necessidade de uma conscientização mundial, de colaboração e solidariedade internacionais, de estratégia comum que não permita a indiferença diante de problemas graves como a degradação do ambiente natural e da saúde dos oceanos, relacionado com a deterioração humana e social que a humanidade de hoje está vivendo.
Passados trinta anos do interrogativo dos bispos filipinos, a situação dos mares e do ecossistema marinho, poluído de plástico e micro plástico, gera efeitos também em setores como a pesca, afetando diretamente as comunidades de pescadores. “Que tipo de mundo desejamos transmitir àqueles que virão depois de nós, às crianças que estão crescendo? Esta pergunta não se refere apenas ao meio ambiente. Quando nos questionamos sobre o mundo que queremos deixar, nós nos referimos sobretudo à sua orientação, sentido e valores”, concluiu Francisco.