Santo Padre se encontrou hoje com párocos de Roma, uma reunião já tradicional no início da Quaresma
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco se encontrou nesta quinta-feira, 2, com os párocos da diocese de Roma. O encontro foi na Basílica de São João Latrão, na capital italiana.
Este é um momento já tradicional após a Quarta-feira de Cinzas, para ajudar o presbitério romano a percorrer de maneira frutífera o itinerário espiritual e pastoral da Quaresma. O retiro teve início com a Hora Média, seguida da liturgia penitencial guiada pelo bispo auxiliar Dom Angelo De Donatis. Francisco confessou alguns sacerdotes e, na sequência, fez a sua meditação.
O Papa propôs ao clero o tema do progresso da fé na vida do sacerdote, partindo da exortação dos discípulos contida no Evangelho de Lucas: “Senhor, aumenta-nos a fé!”. O fio condutor da longa reflexão de Francisco foi a experiência de Simão Pedro, dividida em três momentos: a memória, a esperança e o discernimento.
Para Francisco, é sempre importante recordar a promessa do Senhor. A cruz é um ponto firme, como o lema de São Bruno: “A Cruz está fixa enquanto o mundo gira”. É como um jogo de basquete, afirmou o Papa, o pé está firme no chão para proteger a bola. Fazer memória das graças recebidas confere à fé a solidez da encarnação.
Já a esperança é o que abre a fé às surpresas de Deus. O Papa destacou que Deus é sempre maior do que tudo aquilo que se possa pensar e imaginar sobre Ele. A abertura da esperança confere à fé frescor e horizonte. Não se trata de abrir a uma imaginação para projetar fantasias e desejos próprios, mas a abertura que provoca contemplar a espoliação de Jesus.
Por fim, o discernimento é o que concretiza a fé, que a torna “operosa por meio da caridade”, aquilo que permite dar um testemunho crível. “O discernimento do momento oportuno (kairos) é fundamentalmente rico de memória e de esperança: recordando com amor, fixa o olhar com lucidez àquilo que melhor guia rumo à Promessa”.
Neste caminho da progressão da fé, o mal está sempre à espreita, através das tentações e das provações. O mal, afirmou o Papa, tem a sua origem num ato de orgulho espiritual e nasce da soberba de uma criatura perfeita.
Em sua trajetória, Simão Pedro experimenta inúmeros momentos em sua vida, porém com uma única lição: aquela do Senhor que confirma a sua fé para que ele confirme a fé do seu povo. “Peçamos também nós a Pedro de nos confirmar na fé, para que nós possamos confirmar a fé de nossos irmãos.”