Ataque a uma igreja pentecostal na República Democrática do Congo deixou mortos e feridos
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco lamenta o ataque ocorrido no último domingo, 15, contra uma Igreja Pentecostal de Kasindi, na República Democrática do Congo. O atentado reivindicado pelo Estado Islâmico deixou pelo menos 17 mortos e mais de quarenta feridos.
A mensagem do Papa é assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, e enviada ao reverendo André Bokundoa-bo-Likabe, presidente da Igreja de Cristo no país africano. O Papa, lê-se no texto, “confia à misericórdia de Deus os mortos e feridos. Implora a Cristo, Senhor da vida, para que os aflitos encontrem consolação e confiança em Deus, invocando sobre eles o dom da paz”.
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A República Democrática do Congo receberá a visita do Papa Francisco a partir do dia 31 de janeiro, na Viagem Apostólica que o levará também ao Sudão do Sul. Em entrevista ao Portal Vatican News, o núncio apostólico no país, Dom Ettore Balestrero, fez uma análise do contexto sócio-político da região e um balanço dos preparativos para a visita papal.
Sinal preocupante
Para o núncio, o ataque foi um sinal preocupante que confirma a evolução da situação. “Precisamente por isso será muito importante o encontro do Papa, quando vier, com as vítimas do leste”, pontua. “Eu diria que a paz no leste ainda está distante. Estamos numa província, Kivu do Norte, sitiada há mais de um ano, demonstrando como a situação não só não melhorou como piorou”.
Dom Balestrero ressalta que o ataque aconteceu em um templo que pertence à Igreja de Cristo no Congo. Com esta organização, que reúne várias confissões protestantes, existe uma grande colaboração também no sublinhar que existe um problema por trás, que é a causa de todos estes conflitos: é a riqueza do subsolo no leste.
“É a razão fundamental da sua importância estratégica com todos os países limítrofes e é a principal causa da economia de guerra que se perpetua nesta zona do leste. Também para a preparação da visita do Papa existe uma colaboração ecumênica: serão convidados, por exemplo, para o encontro de alguns deslocados com o Papa, alguns não católicos. Procuramos juntos acompanhar o desenvolvimento democrático do país”.
Preparativos e precauções
E tendo em vista os preparativos para a visita papal, o núncio informou que originalmente estava prevista uma visita a Goma, que agora não será possível realizar. “Também porque nessas semanas não é fácil ir até lá. O esforço pela segurança e ordem pública é gigantesco: basta dizer que pelo menos 2 milhões de pessoas devem assistir à Missa que o Papa celebrará em Kinshasa”.
Semanalmente, o núncio tem se encontrado com o primeiro-ministro e o responsável pela Igreja local. Dom Balestrero considera que o objetivo principal da visita é despertar a fé em quem não a tem e fortalecer a alegria em quem a vive. “Muitos dizem que a visita do Papa é um sonho que se torna realidade. Em todo o país, há a expectativa de receber uma palavra de consolo e também de sarar as feridas que, infelizmente, ainda sangram e, sobretudo, sangram no leste do país”.