Santo Padre renovou encorajamento aos agentes de saúde que lutam contra o Covid-19 e exortou os padres a levarem a Eucaristia a quem precisa permanecer em casa
Da Redação, com Vatican News
Seguem as orações no Vaticano pelos doentes de coronavírus. Na manhã desta terça-feira, 10, Papa Francisco presidiu a Missa lembrando que a celebração é oferecida a quem sofre por causa da doença.
“Rezemos ao Senhor também pelos nossos sacerdotes para que tenham a coragem de sair e ir ao encontro dos doentes, levando a força da Palavra de Deus e a Eucaristia, e de acompanhar os profissionais de saúde, os voluntários, nesse trabalho que estão fazendo”. Confira abaixo o texto da homilia, com transcrição do Vatican News:
“Ontem a Palavra de Deus nos ensinava a reconhecer os nossos pecados e a confessá-los, mas não somente com a mente, também com o coração, com um espírito de vergonha; a vergonha como uma postura mais nobre diante de Deus pelos nossos pecados. E, hoje, o Senhor chama todos, pecadores, a dialogar com Ele, porque o pecado nos fecha em nós mesmos, nos faz nos escondermos ou esconde a nossa verdade, dentro.
É isso que aconteceu com Adão, com Eva: depois do pecado, se esconderam porque tinham vergonha; estavam nus. E o pecador, quando sente a vergonha, depois tem a tentação de se esconder. E o Senhor chama: ‘Vamos, venham, vamos discutir’, diz o Senhor, ‘vamos falar do teu pecado, da tua situação. Não tenham medo. Não…’. E continua: ‘Mesmo se os pecados de vocês fossem como a cor de escarlate, vão se tornar brancos como a neve. Se fossem vermelhos como a púrpura, vão se tornar como lã’. ‘Venham, porque eu sou capaz de mudar tudo’, diz o Senhor, ‘não tenham medo de vir falar, sejam corajosos mesmo com as misérias de vocês’.
Me faz lembrar aquele santo, que tão penitente, rezava muito. E procurava sempre dar ao Senhor tudo aquilo que o Senhor lhe pedia. Mas o Senhor não estava feliz. E, um dia, ele estava um pouco irritado com o Senhor, porque tinha um certo temperamento, aquele santo. E disse ao Senhor: ‘Mas, Senhor, eu não te entendo. Eu te dou tudo, tudo, e tu sempre está tão insatisfeito, como se faltasse alguma coisa. O que falta?’. [E o Senhor responde]: ‘Me dê os teus pecados: é isso que falta’.
Ter a coragem de ir falar com o Senhor com as nossas misérias: ‘Vamos, venham! Vamos discutir! Não tenham medo. Mesmo se os pecados de vocês fossem como escarlate, vão se tornar brancos como a neve. Se fossem vermelhos como a púrpura, vão se tornar como lã’.
Esse é o convite do Senhor. Mas sempre há um engano: ao invés de ir falar com o Senhor, fingir de não ser pecadores. É aquilo que o Senhor repreende aos doutores da lei. Essas pessoas fazem as obras ‘para serem admiradas pelas pessoas: ampliam os seus filactérios e alongam as franjas; estão satisfeitos pelos lugares de honra nos banquetes, dos primeiros lugares nas sinagogas, das saudações nas praças, como também de serem chamados Rabbi das pessoas’.
A aparência, a vaidade. Encobertar a verdade do nosso coração com a vaidade. A vaidade nunca cura! A vaidade nunca cura. Além disso, é venenosa, continua trazendo a doença do coração, trazendo aquela dureza de coração que te diz: ‘Não, não vá ao Senhor, não vá. Você fica.’
A vaidade é apenas o lugar para se fechar ao chamado do Senhor. Em vez disso, o convite do Senhor é aquele de um pai, de um irmão: ‘Venham! Vamos conversar, falar. Ao final, Eu sou capaz de mudar a tua vida do vermelho ao branco’.
“Que essa Palavra do Senhor nos encoraje; que a nossa oração seja uma oração real. Da nossa realidade, dos nossos pecados, das nossas misérias. Fale com o Senhor. Ele sabe, Ele sabe o que somos. Sabemos disso, mas a vaidade nos convida sempre a encobertar. Que o Senhor nos ajude.”