Os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica estão reunidos em simpósio, no Vaticano
Da redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco enviou uma mensagem, neste sábado, 8, aos participantes do simpósio internacional promovido, em Roma, pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. O encontro que reflete o tema “A gestão dos bens eclesiásticos, a serviço da humanidade e da missão da Igreja”, reúne ecônomos de institutos e congregações religiosas provenientes de várias partes do mundo.
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“O nosso tempo é caracterizado por mudanças relevantes e progressos em várias áreas, com consequências importantes para a vida dos seres humanos. Todavia, não obstante a redução da pobreza, os objetivos atingidos muitas vezes contribuíram para a construção de uma economia de exclusão e iniquidade”, afirma o Papa na nota, acrescentando um trecho de sua Exortação Apostólica Evangelli Gaudium que diz: “Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco”.
“Diante da precariedade em que vive a maior parte dos homens e mulheres de nosso tempo, como também diante das fragilidades espirituais e morais de muitas pessoas, em particular os jovens, como comunidade cristã, sentimo-nos somos interpelados”, frisa ainda o pontífice.
Segundo o Santo Padre, os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica podem e devem ser sujeitos protagonistas e ativos no viver e testemunhar que o princípio de gratuidade e a lógica do dom encontram o seu espaço na atividade econômica. “O carisma de fundação cada instituto está inscrito nesta lógica: no ser dom, como consagrados, vocês dão uma verdadeira contribuição ao desenvolvimento econômico, social e político”.
Francisco afirma que a fidelidade ao carisma de fundação e ao patrimônio espiritual devem permanecer no primeiro critério de avaliação da administração do instituto. Segundo ele, esta natureza do carisma direciona as energias, sustenta a fidelidade e orienta o trabalho apostólico de todos numa única missão.
“É preciso vigiar atentamente para que os bens dos institutos sejam administrados com prudência e transparência, sejam tutelados e preservados, unindo a dimensão carismática e espiritual à dimensão econômica e eficiência, que tem seu próprio humus na tradição administrativa dos institutos que não tolera o desperdício e está atenta ao uso adequado dos recursos”, frisa ainda o Santo Padre.
Na mensagem para a Quaresma deste ano, Francisco enfatizou a missão profética do Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Este, segundo o Pontífice, são testemunho vivo da novidade vibrante, que é Cristo, do configurar-se a Ele que se fez pobre, enriquecendo-nos com sua pobreza. “Esta pobreza amorosa é solidariedade, partilha e caridade e se expressa na sobriedade, na busca da justiça e na alegria do essencial, para pôr-se alerta aos ídolos materiais que ofuscam o verdadeiro sentido da vida”, sublinha o Santo Padre.
O Papa conclui a mensagem afirmando que “não é necessária uma pobreza teórica, mas a pobreza que se aprende tocando a carne de Cristo pobre, nos humildes, nos pobres, nos doentes e nas crianças. Vocês são ainda hoje, para a Igreja e para o mundo, as sentinelas da atenção a todos os pobres e a todas as misérias, materiais, morais e espirituais, como superação de todo egoísmo na lógica do Evangelho que ensina a confiar na Providência de Deus”.