Santo Padre enviou videomensagem aos participantes do encontro on-line sobre a crise humanitária na Síria e no Iraque
Jéssica Marçal
Da Redação, com Santa Sé
O Papa Francisco enviou uma videomensagem aos participantes da reunião on-line sobre a crise humanitária na Síria e no Iraque, promovida nesta quinta-feira, 10, pelo dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
A reunião na tarde de hoje conta com a participação de cerca de cinquenta organismos de caridade católicos, representantes dos episcopados locais e das instituições eclesiais e congregações religiosas que trabalham na Síria, Iraque e países limítrofes, além de núncios apostólicos na região.
Francisco lembra que o evento discute e reflete sobre os graves problemas que ainda afetam o povo dessas regiões. E destaca que todo esforço, seja pequeno ou grande, para favorecer o processo de paz é como um tijolo na construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento e onde todos tenham um lugar para morar em paz.
“Meu pensamento vai, sobretudo, às pessoas que precisaram deixar suas próprias casas para fugir do horror da guerra em busca de condições de vida melhor para si e seus entes queridos”, afirma o Papa.
Em particular, Francisco menciona os cristãos obrigados a abandonar os lugares onde nasceram e cresceram, onde se desenvolveu e enriqueceu a sua fé. “É preciso encontrar um modo de que a presença cristã, nestas terras, continue a ser o que sempre foi: um sinal de paz, de progresso, de desenvolvimento e de reconciliação entre as pessoas e os povos”.
O Papa também fala dos refugiados que querem voltar a seus países. Ele pede à comunidade internacional que faça todo esforço para favorecer este retorno, garantindo as condições de segurança e econômicas necessárias para que isso aconteça. “Todo gesto, todo esforço nesta direção é precioso”, afirma.
As agências católicas de ajuda humanitária
Francisco se refere ainda ao trabalho das agências católicas empenhadas na ajuda humanitária, encorajando-as. Ele destaca que, a exemplo do Bom Samaritano, elas se dedicam, sem reservas, a ajudar os migrantes e deslocados destas terras, sem distinção de credo e pertença.
“Como tive oportunidade de dizer tantas vezes, a Igreja não é uma ONG. A nossa ação caritativa deve ser inspirada pelo Evangelho. Estas ajudas devem ser sinal tangível da caridade de uma Igreja local que ajuda outra Igreja que está sofrendo, através destes meios maravilhosos que são as agências católicas de ajuda humanitária e de desenvolvimento”.
Por fim, o Papa lembra que as pessoas empenhadas nesse trabalho não estão sozinhas: toda a Igreja se faz uma. “No trabalho de vocês, acompanhará sempre vocês a minha bênção, que hoje vos dou, para que este encontro leve aos seus países frutos de prosperidade, de desenvolvimento e de paz para uma vida nova”.
Papa no Iraque
Retomando as viagens apostólicas no ano que vem, o Papa Francisco visitará o Iraque de 5 a 8 de março. A viagem levará em consideração a evolução da pandemia do coronavírus e o programa detalhado será publicado proximamente.
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Durante quatro dias, Francisco visitará Bagdá, a região de Ur, ligada à memória de Abraão, a cidade de Irbil, Mosul e Qaraqosh, na planície de Nínive, informou a Santa Sé ao fazer o anúncio da viagem na última segunda-feira, 7.