Por iniciativa do Papa Francisco a igreja greco-católica ucraniana se reúne em Roma por dois dias; Ucrânia sofre com guerra que já dura 5 anos
Da redação, com Vatican News
Inicia nesta sexta-feira, 5, o encontro da Igreja greco-católica ucraniana, sob iniciativa do Papa. O evento que se concluirá neste sábado, 6, conta com a participação do arcebispo-mor greco-católico de Kiev-Halyč, Svjatoslav Shevčuk, os membros do Sínodo permanente e os metropolitas acompanhados pelos seus superiores dos Dicastérios da Cúria Romana com competências para o país.
Em 4 de maio passado, um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé afirmava: “Na delicada e complexa situação em que se encontra a Ucrânia (…) o Santo Padre deseja dar um sinal da sua proximidade à Igreja greco-católica ucraniana que faz um importante serviço pastoral no país assim como em vários lugares do mundo. Além disso, este encontro poderá oferecer uma ulterior ocasião para aprofundar a análise da vida e das necessidades da Ucrânia, com o objetivo de identificar como a Igreja Católica, e em particular a Igreja greco-católica, pode se dedicar com mais eficácia à pregação do Evangelho, contribuir ao apoio dos que sofrem e promover a paz, o acordo, no que for possível, com a Igreja Católica de rito latino e com as outras Igrejas e comunidades cristãs”.
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Papa Francisco sempre demonstrou seu carinho de modo particular pela Ucrânia que sofre com uma guerra que já dura 5 anos. Em 2016 promoveu uma iniciativa humanitária para a Ucrânia, com ativa participação das Igrejas Católicas da Europa e dos fiéis de outras partes do mundo e com a colaboração de outras confissões e organizações internacionais para ajudar, de modo concreto, às primeiras necessidades dos habitantes dos territórios atingidos pela guerra.
O Santo Padre já fez numerosos apelos em prol da paz na Ucrânia. Na mensagem pascal de 21 de abril passado disse: “Nesta Páscoa, encontre conforto a população das regiões orientais da Ucrânia, que continua a sofrer com o conflito ainda em curso. O Senhor encoraje as iniciativas humanitárias e as iniciativas destinadas a buscar uma paz duradoura”.
As relações com a ortodoxia
Em 21 de janeiro o Pontífice recebeu Dom Claudio Gugerotti, núncio na Ucrânia, um comunicado da nunciatura referiu que Francisco deteu-se: “sobre a delicada condição das relações internas da ortodoxia, sobre a contribuição das Igrejas Católicas na Ucrânia para o bem do país, sobre o clima político e social, em particular sobre a necessidade de realizar todos os esforços para favorecer a paz com o diálogo, para o bem-estar dos cidadãos com o compromisso de melhorar as condições de todos e para o pleno exercício da liberdade religiosa”.
Percursos respeitadores da legalidade internacional
Dia 7 de janeiro, falando ao Corpo diplomático, o Papa recordou a iniciativa humanitária na Ucrânia a favor da população que sofre: “A Igreja e as suas várias instituições continuarão esta sua missão, com a intenção de granjear uma maior atenção também para outras questões humanitárias, incluindo a sorte dos prisioneiros ainda numerosos. Com a sua atividade e a proximidade à população, a Igreja procura encorajar, direta e indiretamente, percursos pacíficos para a solução do conflito, percursos respeitadores da justiça e da legalidade, inclusive a internacional, fundamento da segurança e convivência em toda a Região. Para isso, são importantes os instrumentos que garantam o livre exercício dos direitos religiosos”.
O cardeal Turkson na Ucrânia
Em novembro de 2018 o cardeal Peter Turkson prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral junto com o subsecretário Dom Segundo Tejado Muñoz foi em missão humanitária à Ucrânia.
O encontro com a comunidade greco-católica ucraniana em Roma
Em 28 de janeiro de 2018, Papa Francisco encontrou a comunidade greco-católica da Ucrânia na Basílica de Santa Sofia em Roma. No seu caloroso discurso disse: “Estou aqui para lhes dizer que me sinto próximo de todos: próximo com o coração, perto com a oração, próximo quando celebro a Eucaristia. Ali suplico ao Príncipe da Paz para que as armas se calem. Peço-lhe também que já não tenhais necessidade de realizar enormes sacrifícios para manter os seus entes queridos”.