Francisco convidou sacerdotes a recordarem o início de sua vocação, o primeiro olhar de Jesus sobre eles
Da Redação, com site da Diocese de Roma
O Papa Francisco encontrou-se na manhã desta segunda-feira, 16, com o clero da diocese de Roma. Reunido com cardeais, bispos e sacerdotes na basílica de São João de Latrão, o Santo Padre dedicou especial atenção às “periferias existenciais”, destacando também temas como conversão pastoral, acolhimento e necessidade de uma criatividade corajosa.
O encontro foi confidencial e direto, como o Papa Francisco vem fazendo desde o início de seu pontificado. Ele respondeu às perguntas dos sacerdotes olhando com lucidez para os problemas da Igreja, mas sem pessimismo.
“A Igreja não entra em colapso. Nunca a Igreja esteve tão bem como hoje, é um belo momento da Igreja, basta ler a sua história. Há santos reconhecidos mesmo pelos não católicos, pensemos na Beata Teresa – há uma santidade cotidiana de tantos homens e mulheres e isto dá esperança. A santidade é maior que os escândalos”.
Francisco convidou os sacerdotes que lotavam a Basílica a pensarem naquele “primeiro amor”, no primeiro olhar de Jesus sobre eles. Uma reflexão que surgiu a partir da resposta à carta de um padre romano que compartilhou com o bispo a sua “fadiga no coração”.
A expressão reportou à mente e ao coração do Papa o que escrevia João Paulo II sobre a “peculiar fadiga do coração” de Maria na Redemptores Mater. Ele disse que a fadiga, porém, faz parte da missão sacerdotal. “Quando um padre está em contato com o povo, ele se cansa”.
Mas diante desse cansaço, Francisco esclareceu que há somente a resposta de Jesus: andar com os pobres, anunciar o Evangelho e seguir adiante. Nessa caminhada, ele recordou que há o auxílio da oração, da proximidade com outros padres e com o bispo, além da memória do início da vocação, do ingresso no seminário, da ordenação sacerdotal. “A memória é o sangue na vida da Igreja”.
Outros pontos abordados pelo Pontífice foram o acolhimento cordial, de forma que os fiéis sintam-se sempre em casa, e o acompanhamento por parte dos padres. Francisco insistiu também no acolhimento e acompanhamento, por parte dos sacerdotes, dos casais de segunda união. “Basta pensarem nos discípulos de Emaús, em como o Senhor os acompanhou e aqueceu seus corações”.