Em Missa, Papa falou do mal que fazem à Igreja pessoas que se dizem cristãs, mas roubam o Estado
Da Redação, com Rádio Vaticano
Quem não se arrepende e finge ser cristão faz muito mal à Igreja. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada nesta segunda-feira, 11, na Casa Santa Marta. O Santo Padre lembrou que todos devem se dizer “pecadores”, mas alertar para o tornar-se “corruptos”, pois quem é benfeitor da Igreja, mas rouba o Estado é um injusto de vida dupla.
Na homilia, Francisco falou da diferença entre pecar e escandalizar. “A diferença é quem peca e se arrepende pede perdão, sente-se frágil, sente-se filho de Deus, humilha-se e pede propriamente a salvação de Jesus. Mas quem escandaliza, o que escandaliza? Não se arrepende. Continua a pecar, mas finge ser cristão: a vida dupla”.
Essa vida dupla, segundo o Papa, faz muito mal. As pessoas se dizem benfeitoras da Igreja, mas roubam o Estado, os pobres. “Esta é a vida dupla. E isto merece – diz Jesus e não eu – que lhe coloque no pescoço uma pedra de moinho e seja jogado no mar. Não fala de perdão, aqui”.
Francisco explicou que nestes tipos de situações há o engano e onde há engano não há o Espírito de Deus. É isto que faz a diferença entre o pecador e o corrupto. Quem vive vida dupla, segundo o Papa, é um corrupto, diferente de quem peca e gostaria de não pecar, mas é frágil e então vai ao Senhor pedir perdão.
“Nós devemos dizer-nos pecadores, sim, todos! Todos o somos. Corruptos, não. O corrupto está fixo em um estado de suficiência, não sabe o que é humildade. (…) E um cristão que se orgulha de ser cristão, mas não leva uma vida de cristão, é um destes corruptos”.
Recordando as palavras de São Paulo aos cristãos de Roma – “Não vi uniformizais a este mundo”, o Papa lembrou que estas são palavras fortes, que dizem sobre não entrar nos esquemas do mundo, uma mundanidade que leva à vida dupla.
“Uma podridão envernizada: esta é a vida do corrupto! E Jesus simplesmente não dizia ‘pecadores” a estes, mas ‘hipócritas’. (…) Peçamos hoje a graça ao Espírito Santo de fugir de todo engano, peçamos a graça de reconhecer-nos pecadores: somos pecadores. Pecadores, sim. Corruptos, não”.